Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*
Portugal atingiu o recorde do Guinness com o maior estendal do mundo, iniciativa que conseguiu recolher em seis semanas 101.240 peças de roupa para serem entregues a mais de 20 mil pessoas carenciadas, foi hoje anunciado.
Na fila para novo recorde está Pedro Passos Coelho como o primeiro-ministro que, comparando as promessas eleitorais e o que está a fazer no governo, mais mentiu.
A representante do Guinness World Records esteve em Portugal, na semana passada, para entregar a certificação da campanha da maior doação de roupa a nível mundial.
Em seis semanas foram recolhidas 101.240 peças para serem entregues a mais de 100 instituições de solidariedade, chegando a mais de 20 mil pessoas carenciadas, segundo uma nota conjunta da Multi Mall Management, empresa que gere 12 centros comerciais em Portugal, e da instituição de solidariedade social Entreajuda, promotoras da iniciativa.
Segundo a organização, as 101.240 peças foram recolhidas até ao dia 4 de Janeiro, data em que foi atribuído o prémio a Portugal, mas até ao dia 6 de Janeiro (quando terminou a campanha) foram doadas mais 16.116 peças roupa.
Quanto a Passos Coelho, o representante do Guinness World Records já tem em seu poder o rol de atributos do actual primeiro-ministro, onde consta, entre outras, as seguintes afirmações feitas entre Março de 2010 e Junho de 2011:
«Estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução».
«Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa».
«Aceitarei reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias».
«Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou».
«Nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de despesas que podem ser reduzidas».
«O pior que pode acontecer a Portugal neste momento é que todas as situações financeiras não venham para cima da mesa».
«Aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos».
«Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos».
«Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos».
«Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado».
«Já estamos fartos de um Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o que assina em nome de Portugal».
«O Governo está-se a refugiar em desculpas para não dizer como é que tenciona concretizar a baixa da TSU com que se comprometeu no memorando».
«Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa».
«Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas».
«Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português».
«A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento».
«A pior coisa é ter um Governo fraco. Um Governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos».
«Não aceitaremos chantagens de estabilidade, não aceitamos o clima emocional de que quem não está caladinho não é patriota».
«O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento».
«Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate».
«Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?»
* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
Título anterior do autor, compilado em Página Global: CALCINHAS NO REINO DOS MATUMBOS
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