segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Brasil - Mensalão: O GROTESCO MIDIÁTICO SE ANUNCIA




Gilson Caroni Filho, do Rio de Janeiro – Correio do Brasil, opinião - com foto

A manchete do jornal O Globo, em sua edição de 15 de fevereiro de 2012 (“Marcos Valério é o primeiro condenado do Mensalão”), não deixa dúvidas quanto ao espetáculo que dominará páginas e telas depois do carnaval: à medida em que se aproxima o julgamento do processo que a imprensa chama de “escândalo da mensalão”, velhos expedientes são reeditados sem qualquer cerimônia que busque manter a aparência de jornalismo sério.

A condenação do publicitário por crimes de sonegação fiscal e falsificação de documentos públicos seria, mesmo que não surjam provas de conduta delituosa por parte dos réus, a senha para o STF homologar a narrativa midiática e não ficar maculado pela imagem de “pizza” que uma absolvição inevitavelmente traria à mais alta corte do país. Essa é a intimidação diária contida em artiguetes e editoriais.

Como destaca Pedro Estevam Serrano, em sua coluna para a revista Carta Capital, “o que verificamos é a ocorrência constante de matérias jornalísticas em alguns veículos que procuram nitidamente criar um ambiente de opinião pública contrária aos réus, apelando a matérias mais dotadas da verossimilhança dos romances do que à verdade que deveria ser o mote dos relatos jornalísticos”. Os riscos aos pilares básicos do Estado Democrático de Direito são nítidos na empreitada. Serrano alerta para o objetivo último das corporações:

“E tal comportamento tem intenção política evidente, qual seja procurar criminalizar o PT e o governo Lula, pois ao distanciar o julgamento de sua concretude por relatos abstratos e simbólicos o que se procura pôr no banco dos réus não são apenas as condutas pessoais em pauta mas sim todo um segmento político e ideológico.”

A unificação editorial em favor da manutenção dos direitos do CNJ em votação de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) não revela apenas preocupação com o indispensável controle externo do poder judiciário, mas o constrangimento necessário de juízes às vésperas de um julgamento que envolve a construção política mais cara à mídia corporativa. No lugar do contraditório, a imposição de uma agenda. Ocupando o espaço da correta publicidade dos fatos, a recorrente tentativa de manipulação da opinião pública. A trama, no entanto, deve ser olhada pelo que traz de pedagógico, explicitando papéis e funções no campo jornalístico.

O pensamento único, para o ser, não basta ser hegemônico; tem que ser excludente. Não apenas de outros pensamentos, mas do próprio pensar. Parafraseando Aldous Huxley, “se o indivíduo pensa, a estrutura de poder fica tensa”. Na verdade, na sociedade administrada não pode haver indivíduo. Apenas a massa disforme, cujo universo cognitivo e intelectivo é, de alto a baixo, subministrado pelos detentores do poder social. É nessa crença que se movem articulistas, editores e seus patrões.

Em um sistema de dominação é essa, e nenhuma outra, a função da “mídia”: induzir o espírito de manada, o não-pensar, o abrir mão da razão e aderir entusiasticamente à insensatez programada pelos que puxam os cordões. Os fracassos recentes não nos permitem desdenhar do capital simbólico que as corporações ainda detêm para defender os seus interesses e o das frações de classe a ela associadas.

Nesse processo, o principal indutor é o “Sistema Globo“, que o falecido Paulo Francis, antes de capitular, apropriadamente crismou como “Metástase”, pois de fato suas toxinas se espalham por todo o tecido social. Seus carros-chefe, que frequentemente se realimentam reciprocamente, são o jornal da classe média conservadora e, principalmente, o Jornal Nacional, meticulosamente pautado “de (William) Bonner para Homer (Simpson)” que, de segunda a sábado, despeja ideologia mal travestida de notícia sobre dezenas de milhões de incautos

E o que “deu” no Jornal Nacional “pauta” desde as editorias dos jornais impresso-, O Globo por cima e o Extra por baixo- e das revistas, “da casa” ou de uma “concorrência” cujo único objetivo é ser ainda mais sensacionalista e leviana. Algumas vezes, o movimento segue o sentido inverso: uma publicação semanal produz a ficção que só repercute graças à reprodução da corporação.

Os outros instrumentos de espetaculosidade complementam o processo, impondo suas versões de pseudo-realidade: o Fantástico, ersatz dominical do JN; as novelas “campeãs de audiência”, com seus “conflitos” descarnados e suas “causas sociais” oportunisticamente selecionadas como desconversa; e, culminando, o Big Brother Brasil, a celebração máxima da total vacuidade.

Processo análogo vem sendo usado, há mais de duas décadas, para esvaziar e despolitizar a política, reduzindo-a às futricas de bastidores, ao “em off” e aos “papos de cafezinho”; e, em época eleitoral, à corrida de cavalões das pesquisas de intenção de voto que ocupam as manchetes, o noticiário, as colunas – ah, as colunas! – e até mesmo a discussão supostamente acadêmica. A não menos velha desconversa nacional: olha todo mundo pra cá, e pela minha lente, para que ninguém olhe pra lá.

Falar-se em “opinião pública”, nesse cenário, é um escárnio. “Opinião” pressupõe um espaço interno, em cada indivíduo, para reflexão, ponderação, crítica e elaboração, não controlado pelo poder social. “Pública” requer que exista uma esfera pública, de discurso racional entre iguais, aberto ao contraditório e não subordinado aos ditames do “mercado” ou subministrado de fio a pavio pelo braço “midiático” do mesmo poder. Nem uma nem outra condição pode existir em ambiente que tenta subjugar “corações e mentes”, induzindo-o sistemática e deliberadamente à loucura social.

Avançamos bastante, mas não nos iludamos: o que vem por aí é uma luta renhida. De um lado, o espetáculo autoritário… E, de outro, a cidadania e o Estado de Direito como permanente construção.

*Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Correio do Brasil e do Jornal do Brasil.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Sinal verde para o fim do regime Lula

terça-feira, 12 de maio de 2009


Veio do próprio Ministro da Justiça, Tarso Terrorista Genro, o aval que todos precisam. Ao defender a manutenção do asilo político de Cesare Battisti, Tarso disse:

"Muitos de nós fomos criminosos políticos, provavelmente não pelos mesmos direitos do senhor Battisti. E a maioria de nós tem orgulho do que fizemos naquela época."

O que eles fizeram naquela época que os fazem tão orgulhosos? Explico: Um bando de desqualificados resolveram que o regime em vigor no Brasil não era o que eles desejavam. Assim sendo, reuniram-se em bandos e passaram a assaltar, saquear, estuprar, matar e explodir quartéis, para que o regime mudasse. É disso que eles estão orgulhosos.

Neste sentido, Tarso Genro deu o aval. Se você não está feliz com o regime Lula, é hora de pegar em armas, assaltar, saquear, estuprar, matar e explodir quartéis para, quem sabe, o regime que você deseja para o seu país seja implantado. No futuro, você ainda poderá se orgulhar disso!

Se o Ministro da Justiça, afirma que os crimes cometidos são motivos de orgulho, quem sou eu para questioná-lo! Qualquer um pode matar em nome da política. A carta branca foi dada! Façamos a nossa parte.

Tarso Genro é um desqualificado que teve acesso ao cargo que tem, porque os brasileiros foram, mais uma vez, enganados. Todos acreditaram na democracia, na possibilidade de um trabalhador fazer algo útil para este país. No entanto, os brasileiros de bem estão nas mãos de porcos chovinistas, que estão implantando lentamente o socialismo. É este bando, que ainda preso às origens, está chamando Ahmadinejad para um café, e Cesare Battisti para escrever livros sobre a luta armada, da qual o italiano não tem qualquer direito. Battisti cometeu os crimes por vingança, e nada tinha a ver com o regime que ele gostaria de ver implantado na Itália.

Tarso Genro está criando um novo tipo de crime. Crime é crime. Um assassinato, seja por motivos políticos ou não, é um assassinato. Se matar politicamente é passível de perdão, estamos com a faca e o queijo na mão para exterminar um bando de vagabundos, que politicamente, nos incomoda.

Segundo Tarso, se qualquer um matar Lula porque não deseja o socialismo, poderá ser asilado em qualquer lugar do mundo. Infelizmente, isso é mais uma das balelas deste terrorista de merda. Crimes contra a humanidade, segundo a convenção de Genebra, excluem qualquer direito à asilo político.

Paulo Pavesi

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