quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cabo Verde: PGR nega que tenha divulgado informações do processo "Lancha Voadora"



CLI/JSD - Lusa

Cidade da Praia, 07 fev (Lusa) - A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Cabo Verde negou hoje, agora de forma oficial, que tenha qualquer participação na divulgação de informações referentes ao processo "Lancha Voadora".

Num comunicado enviado aos órgãos de comunicação, assinado pelo diretor do gabinete do PGR, Afonso Sancjes Tavares, a instituição desmente a informação veiculada pelo jornal A Nação na sua edição de 02 de fevereiro, que "imputa ao Ministério Público a autoria da divulgação, "através da Inforpress", de dados do processo "Lancha Voadora".

"A PGR acompanha o caso e assegura aos cidadãos, em nome de quem a Justiça é administrada, que o Ministério Público não divulgou nem participou na divulgação de factos objeto do processo, da ocorrência de ato processual ou dos seus termos ou de «dados» do processo, contrariamente ao que escreve o jornal", lê-se no comunicado.

Para a PGR, que já tinha dito o mesmo há cerca de uma semana mas apenas através de uma fonte que solicitou o anonimato, "tal inferência resulta em falsidade e, objetivamente, pretende afetar a credibilidade, o prestígio e a confiança do Ministério Público".

Segundo o comunicado, o Ministério Público, entidade que dirige a instrução, e os respetivos magistrados atuam "com respeito pelos princípios da legalidade e da objetividade".

Por esta razão, a PGR afirma que "já acionou os mecanismos legais tendentes à reposição da legalidade violada com tal notícia e à responsabilização civil e criminal de quem a difundiu", conclui o comunicado.

A 08 de outubro de 2011, a Polícia Judiciária (PJ) cabo-verdiana empreendeu a operação "Lancha Voadora", que levou à maior apreensão de droga jamais feita em Cabo Verde (1,5 toneladas de cocaína) e à detenção preventiva do empresário cabo-verdiano Paulo Pereira e mais duas pessoas.

Cerca de mês e meio mais tarde, a 22 de dezembro, o Tribunal da Comarca da Praia decretou a prisão preventiva do até então presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVCV), Veríssimo Pinto, e de mais quatro pessoas, todos suspeitos de envolvimento na operação "Lancha Voadora".

A 27 de janeiro deste ano, numa notícia, a agência cabo-verdiana Inforpress citou um relatório do Banco Africano de Investimentos Cabo Verde (BAI/CV) sobre uma operação de compra de obrigações desse banco, intermediada por Veríssimo Pinto a favor e na presença de Paulo Pereira.

A transação envolveria 140 mil euros, mas terá sido feita de forma irregular, tendo já sido suspensos um administrador não executivo e um colaborador do BAI/CV.

A medida foi ditada por uma decisão do Banco de Cabo Verde (BCV) na sequência de uma auditoria que mandou fazer ao BAI/CV, de capitais maioritariamente angolanos.

Até agora, BAI/CV, o banco central e a PGR, bem como a PJ e os advogados dos detidos, nada adiantaram de concreto em relação ao processo.

Sem comentários:

Mais lidas da semana