quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

CPLP: Estados devem manter diplomacia concertada nas instituições internacionais



CSR - Lusa

Lisboa, 07 fev (Lusa) -- O ex-Presidente de Cabo Verde Pedro Pires disse hoje, em Lisboa, que é preciso manter uma diplomacia concertada entre os Estados da CPLP, sobretudo no seio das Nações Unidas, como no apoio ao Brasil ao Conselho de Segurança.

"É necessário prosseguir com essa prática de diplomacia concertada, particularmente não seio das Nações Unidas e suas instituições especializadas", disse Pedro Pires, durante o discurso no colóquio "CPLP -- Uma Oportunidade Histórica".

O ex-Presidente, que considera essas relações diplomáticas muito frutíferas, pensa que o apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) à candidatura do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU é "fundamental".

O Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU poderá dar visibilidade aos países da CPLP e possibilitará também que o português seja adotado como língua oficial das Nações Unidas, considerou o ex-Presidente.

Outro ponto que Pedro Pires destacou foi o apoio dado pela CPLP na crise institucional na Guiné-Bissau.

"As ações políticas e diplomáticas de maior vulto, em favor da paz e estabilidade, centraram-se no esforço conjunto apurado no quadro do apoio político e diplomático ao processo complexo de normalização institucional na Guiné-Bissau", sublinhou Pedro Pires.

A CPLP contribuiu "positivamente na busca de soluções mais adequadas e, simultaneamente, evitou que o país fosse excessivamente penalizado e isolado", referiu.

Pedro Pires sublinhou a importância da cooperação entre os Estados-membros da CPLP em todos os âmbitos, mas sobretudo nas áreas de educação, investigação, formação/capacitação de recursos humanos e novas tecnologias.

O ex-chefe de Estado sublinhou o papel importante de Portugal e do Brasil nesse processo de transferência de conhecimento, para que os países africanos lusófonos possam ser também criadores de conhecimento.

"Penso que teria pertinência a organização, que também é uma entidade de solidariedade, criar um mecanismo de cooperação de suporte financeiro para as atividades de interesse da CPLP", referiu ainda.

Pedro Pires destacou a atração de outros países, como a Guiné Equatorial, em relação à CPLP, dizendo que esse país se sentiria confortável e seguro dentro da instituição, sobretudo pelas relações históricas já existentes entre os países africanos lusófonos e a Guiné Equatorial.

A Guiné Equatorial já fez o pedido para se tornar membro de pleno direito da instituição lusófona.

Pedro Pires afirmou que os países da CPLP devem esforçar-se em conhecer cada um dos membros, nomeadamente a diversidade cultural, o que ainda não acontece.

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