i online - Lusa
O professor de Ciência Política Adelino Maltez considera que o movimento “Geração à Rasca” “encheu a Avenida da Liberdade, desaguou no Rossio”, mas perdeu força e “acabou na Betesga” - rua minúscula de Lisboa.
A manifestação que reuniu mais de 200 mil pessoas em Lisboa a 12 de março foi, na opinião do comentador político, o ponto alto do primeiro ano de existência do movimento social e constituiu mesmo um dos factos políticos “mais importantes dos últimos cinco anos”.
Contudo, posteriormente “perdeu-se muito tempo a meter em canalizações aquilo que era um fluir espontâneo de um determinado rio num determinado momento da história”, critica.
Na sua opinião, houve aproveitamento político e “quando se pretende ser controleiro de mais, as massas ficam em casa à espera de ver”.
Foi “uma maré maior do que o marinheiro, muito à portuguesa, muito espontânea”, que começou logo a ser alvo de aproveitamentos, “da extrema-direita à esquerda revolucionária”, o que foi um erro porque “estas coisas não podem ser correias de transmissão”.
Também os “chamados vitoriosos” das eleições que aconteceram alguns meses depois, PSD e CDS, “estavam lá a espreitar”, “a direita vitoriosa explorou-a e foi quem mais ganhou com essa manifestação”, defende Maltez.
“Os grandes aproveitadores não foram os jovens organizadores, que até foram modestos, sempre, na sua intervenção”, disse.
“Quem ganhou mais foi Passos Coelho e Paulo Portas”, conseguindo que um “movimento à portuguesa gerasse uma alteração eleitoral”, sustenta.
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