No dia da greve geral foi público que se introduziram entre os manifestantes agentes da PSP, a documentação visual assim indica, com o visível propósito de provocar desacatos. Dias depois o Procurador Geral da República anunciou que seria feito um inquérito ao ocorrido. Tempo suficiente para terem chegado a conclusões e ainda nada foi divulgado, que saibamos.
A que se deve a demora é o que se pergunta. Vai ser tornado público o que afinal julgamos já saber, ou não? Quem foi o responsável máximo por tal ação ilegal? Não será o ministro Macedo das polícias? A PGR vai proceder legalmente contra os vilões? Parece que está tudo nos segredos dos deuses. O que se viu foi a direção da PSP ser exonerada… Por isso, pelos “infiltrados”? Mas o ministro Macedo não é o responsável máximo? Foi ele o mandante, como o ministro Relvas no caso Pedro Rosa Mendes-censura-RDP-RTP? Também nesse caso a direção da RDP se demitiu… Os ministros sacrificam os seus sobordinados para se manterem no poder apesar de serem os responsáveis pelas ilegalidades? Tanta interrogação com origem nos segredos dos deuses em que até a PGR parece alinhar. Parece… Quando é que se demite o PGR e o seu grupo de confiança? Já agora, que se salvem os ministros e altos responsáveis azuis ou laranjas… É o que dá guardarem segredos de violações mais ou menos graves. A populaça desconfia e daí considerar ser tudo Farinha do Mesmo Saco. Sacanagem, no vulgo. E a PGR alinha nisto? (CT-Redação PG)
Guedes da Silva e direcção da PSP exonerados
Diário Liberdade , com foto
5 Dias - "Fiz uma ponderação cuidada da situação na PSP e, avaliando várias questões, considerei que era adequado proceder a esta mudança"
O Miguel Macedo resolveu o seu dilema. Ao invés de se demitir, demitiu o director nacional da PSP Guedes da Silva e com ele toda a direcção, um dos vértices da estratégia dos provocadores infiltrados.
Pelos factos descritos, denunciados e sobejamente debatidos por estas e por outras bandas, a notícia terá que ser celebrada, mas importa lembrar que a festa ainda vai no adro.
Antes de mais é preciso dizer que não foi o Miguel Macedo que exonerou o Guedes da Silva e a Direcção Nacional da PSP. O Guedes da Silva e a Direcção Nacional da PSP exoneraram-se a si próprios ao criarem os factos que justificam a demissão de qualquer funcionário público. Por isso mesmo, e porque as "várias questões" de que o Miguel Macedo fala tiveram outros actores envolvidos, é fundamental não esquecer que ainda só foi castigada uma parte dos trambolhos violentos que cometeram e desenharam os crimes cometidos a 15 de Outubro e a 24 de Novembro. Do Miguel Macedo, o topo da cadeia de comando, aos agentes envolvidos, muita água ainda vai ter que correr para que todos assumam as suas responsabilidades.
O Miguel Macedo e o Passos Coelho aproveitaram o caso para substituir um homem e uma direcção que vinham do tempo do Rui Pereira e do José Sócrates, e esperam que esse dado oculte as explicações que quer a direcção cessante quer a que irá tomar posse têm ainda que fazer, seja na praça pública, seja na barra do tribunal.
O facto da decisão ter sido tomada dois dias depois dos acontecimentos da manifestação do passado dia 21 de Janeiro, precisamente quando começam a surgir relatos e elementos que sugerem a articulação de agentes da PSP com os provocadores fascistas, adensa a inquietação que obriga o Miguel Macedo a dar mais explicações.
Até que novos dados se comprovem, Guedes da Silva tem a obrigação de dizer tudo o que sabe. É isso que qualquer director a quem sobre um pingo de dignidade faz quando é demitido. Não deve poupar quem pretende deixar sobre os seus ombros e sobre a sua direcção toda a responsabilidade. De onde vieram as ordens, o que pretendem e em que pé está o inquérito interno, aberto à data dos acontecimentos?
A investigação levada a cabo por centenas de activistas bem como a sua capacidade de gerar um movimento de denúncia sem paralelo, foi determinante. A título de exemplo, só no 5dias e em pouco mais de dois dias, 50 mil page viewers passaram por aqui, sendo que perto de dez mil encontrou razões para partilhar a informação. Se somarmos todos os outros blogues envolvidos, bem como o feito de arrasto da comunicação social, a audiência atingiu valores que dizem bem da clareza das provas apresentadas.
Um brinde especial aos autores materiais das imagens, aos que editaram e cruzaram os elementos que foram recolhidos a partir da comunicação social e aos primeiros jornalistas a vencer o medo de publicar o material apresentado na rede. Enquanto assim quiserem a sua identidade permanecerá sem ser revelada, mas o seu mérito não pode nem merece ser esquecido. Hoje por hoje isto pode ser apenas uma vitória de alcance limitado, é certo, mas num tempo em que nos querem habituar à derrota esta demissão constitui um excelente tónico e um verdadeiro estímulo à persistência que urge cultivar para conquistar as exonerações que estão por vir.
De impeachment em impeachment, é possível impor o impeachment final!
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