Ministro Relvas não fala sobre assunto Censura-RDP, o que disser pode virar-se contra ele? (PG) |
Público – Lusa – 03.02.12
O jornalista Pedro Rosa Mendes comparou a demissão da Direcção de Informação da RDP a um “caso bastante infeliz de pagar o justo pelo pecador”, lembrando que continua por esclarecer o fim do programa de opinião “Este Tempo”.
A Direcção de Informação da rádio pública anunciou na quinta-feira, em comunicado distribuído aos jornalistas, a sua demissão, na sequência da suspensão de “Este Tempo”, transmitido na Antena 1, depois de Pedro Rosa Mendes, um dos colunistas, ter criticado numa crónica o governo de Angola e o programa da RTP 1 “Reencontro”, emitido a 16 de Janeiro a partir de Luanda.
“Caiu a Direcção de Informação, mas esse não era o fim da história, nem é. A história é explicar-se como é que aconteceu e como é que um director-geral [de Conteúdos, Luís Marinho] pode tomar decisões desse género. Falta explicar isso”, afirmou à agência Lusa Pedro Rosa Mendes, que atribui o fim do programa “Este Tempo” a um ato de censura.
O jornalista comparou a demissão da Direcção de Informação da RDP a um “caso bastante infeliz de pagar o justo pelo pecador”, lamentando que saia do colectivo um jornalista “extraordinário” como o Ricardo Alexandre (director-adjunto de Informação demissionário).
“Em nenhum momento esteve em causa a honestidade e a integridade profissional da redacção da RDP nem da equipa da Direcção de Informação”, frisou.
Para o ex-jornalista da Lusa, “com intenção ou não de alguma das partes envolvidas”, há “um director-geral sozinho com o seu ministro da tutela e um ministro da tutela sozinho com o seu director-geral”.
Talvez, disse Pedro Rosa Mendes, “um dos dois consiga assumir aquilo que se passou com a minha crónica de ‘Este Tempo’”.
A Lusa procurou confrontar o ministro dos Assuntos Parlamentares com a demissão da Direcção de Informação da RDP, mas fonte do gabinete de Miguel Relvas disse que o ministro não comenta.
“Caiu a Direcção de Informação, mas esse não era o fim da história, nem é. A história é explicar-se como é que aconteceu e como é que um director-geral [de Conteúdos, Luís Marinho] pode tomar decisões desse género. Falta explicar isso”, afirmou à agência Lusa Pedro Rosa Mendes, que atribui o fim do programa “Este Tempo” a um ato de censura.
O jornalista comparou a demissão da Direcção de Informação da RDP a um “caso bastante infeliz de pagar o justo pelo pecador”, lamentando que saia do colectivo um jornalista “extraordinário” como o Ricardo Alexandre (director-adjunto de Informação demissionário).
“Em nenhum momento esteve em causa a honestidade e a integridade profissional da redacção da RDP nem da equipa da Direcção de Informação”, frisou.
Para o ex-jornalista da Lusa, “com intenção ou não de alguma das partes envolvidas”, há “um director-geral sozinho com o seu ministro da tutela e um ministro da tutela sozinho com o seu director-geral”.
Talvez, disse Pedro Rosa Mendes, “um dos dois consiga assumir aquilo que se passou com a minha crónica de ‘Este Tempo’”.
A Lusa procurou confrontar o ministro dos Assuntos Parlamentares com a demissão da Direcção de Informação da RDP, mas fonte do gabinete de Miguel Relvas disse que o ministro não comenta.
Antes da crónica polémica ser emitida
Maria Lopes – Público – 03.02.12
A renovação de um dos nomes do painel de colunistas do programa de opinião Este Tempo da Antena 1, que não o de Pedro Rosa Mendes, estava a ser discutida há algumas semanas na RDP antes da acusação de alegada censura.
Segundo o que o PÚBLICO apurou, este processo pressupunha a renovação automática, como sempre acontecera, dos restantes contratos, que eram de seis meses. E contradiz a justificação de que os contratos terminavam no final de Janeiro, sempre apresentada pelo director-geral da RTP, Luís Marinho, para a decisão de acabar com o programa. E que esta manhã o primeiro-ministro também referiu no debate quinzenal, quando questionado sobre o assunto pelo líder parlamentar socialista.
Ao PÚBLICO, o director-geral da RTP, que também tem a tutela da rádio, garantiu que a decisão "foi tomada pela direcção de programas antes" da emissão do programa Prós e Contras em Angola alvo da crítica do colunista. Dizendo não se lembrar da data exacta ou quem o decidiu, acrescentou que foi tomada "no âmbito do grupo de trabalho" que está a analisar a estratégia das rádios públicas. A razão? "Apesar de a ideia do programa ser boa, havia agora alguns desvios da sua lógica original".
O director-geral da RTP, na sua audição na ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, para desmontar as acusações de o programa acabou por causa das críticas a Angola, terá dito que se a ideia fosse terminar a rubrica por razões políticas seria melhor estratégia esperar mais uns meses para que não houvesse suspeitas. Questionado pelo PÚBLICO, Luís Marinho recusou-se a fazer quaisquer comentários sobre o que disse aos membros do conselho regulador.
“Luís Marinho, num momento de honestidade infeliz, admitiu que não tinha gostado nada da minha crónica e que ela ia acabar. O director-adjunto da RDP, Ricardo Alexandre, confirmou isso mesmo, ontem, na ERC. Ou seja, não era eu que estava a mentir”, afirmou o jornalista Pedro Rosa Mendes numa conferência anteontem em Bruxelas, com eurodeputados. O PÚBLICO apurou que Ricardo Alexandre contou ao conselho regulador esta ligação.
Ontem à noite a RTP anunciou que a direcção de Informação da rádio pediu demissão em bloco.
Ao PÚBLICO, o director-geral da RTP, que também tem a tutela da rádio, garantiu que a decisão "foi tomada pela direcção de programas antes" da emissão do programa Prós e Contras em Angola alvo da crítica do colunista. Dizendo não se lembrar da data exacta ou quem o decidiu, acrescentou que foi tomada "no âmbito do grupo de trabalho" que está a analisar a estratégia das rádios públicas. A razão? "Apesar de a ideia do programa ser boa, havia agora alguns desvios da sua lógica original".
O director-geral da RTP, na sua audição na ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, para desmontar as acusações de o programa acabou por causa das críticas a Angola, terá dito que se a ideia fosse terminar a rubrica por razões políticas seria melhor estratégia esperar mais uns meses para que não houvesse suspeitas. Questionado pelo PÚBLICO, Luís Marinho recusou-se a fazer quaisquer comentários sobre o que disse aos membros do conselho regulador.
“Luís Marinho, num momento de honestidade infeliz, admitiu que não tinha gostado nada da minha crónica e que ela ia acabar. O director-adjunto da RDP, Ricardo Alexandre, confirmou isso mesmo, ontem, na ERC. Ou seja, não era eu que estava a mentir”, afirmou o jornalista Pedro Rosa Mendes numa conferência anteontem em Bruxelas, com eurodeputados. O PÚBLICO apurou que Ricardo Alexandre contou ao conselho regulador esta ligação.
Ontem à noite a RTP anunciou que a direcção de Informação da rádio pediu demissão em bloco.
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