Timor-Leste: Governo lamenta campanha da UNICEF e Save The Children...

... para angariar fundos para projetos

MSE - Lusa

Díli, 21 fev (Lusa) - O governo de Timor-Leste lamentou hoje a campanha do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) e da organização Save The Children, considerando que os dados fornecidos são incorretos e que visam apenas procurar financiamento para projetos.

No passado dia 15, a IRIN, agência noticiosa da ONU, noticiou que Timor-Leste arrisca falhar a maioria dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, adiantando que o combate à pobreza, subnutrição infantil e mortalidade materna estão longe das metas para 2015.

Uma semana depois, a organização Save The Children noticiou que 54 por cento das crianças com menos de cinco anos de Timor-Leste sofrem de má nutrição.

Em comunicado, o governo timorense afirmou que antes do lançamento do artigo da agência noticiosa IRIN, "incorreto nas asserções de que os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) estavam a fracassar em Timor", o agente de comunicações da UNICEF no país fez uma ronda de pedidos de financiamento a agentes governamentais e solicitou ao Secretariado dos ODM que falasse com o jornalista da IRIN".

"A Save the Children emitiu também uma declaração incorreta relativamente a Timor-Leste", de acordo com o documento, sublinhando que aquela organização nunca participou em estudos realizados no país.

Para o governo, é "lamentável que ambos os grupos tenham usado comunicações negativas como meios para procurar financiamento, em especial durante a altura da cimeira transitória da ONU com o Conselho de Segurança".

O Conselho de Segurança da ONU debate na quarta e quinta-feita o plano de transição da Missão Integrada da ONU no país, com a presença do Presidente timorense, José Ramos-Horta.

O comunicado do governo timorense adiantou que os indicadores referentes à saúde e nutrição das crianças têm vindo a melhorar desde 2007.

"A taxa de mortalidade infantil diminuiu 30 por cento, a prevalência de crianças com peso abaixo do normal desceu e as taxas de incidência de tuberculose e malária baixaram consideravelmente", sublinhou.

O documento salientou que a saúde infantil melhorou nos últimos cinco anos, incluindo uma redução de 9 por cento na taxa da pobreza e um aumento de 30 por cento no número de grávidas que recebem cuidados pré-natais.

A produção agrícola também registou um aumento.

"A saúde e a nutrição infantis continuam a ser prioridades para o Governo. Não obstante continuar a haver muito a fazer e termos ainda muitos desafios pela frente, fizemos progressos ao longo destes últimos cinco anos e devemos orgulhar-nos disto", afirmou o porta-voz do governo e secretário de Estado do Conselho de Ministros, Ágio Pereira.