… em congresso constitutivo em abril
EL - Lusa
Luanda, 20 mar (Lusa) - A coligação recentemente anunciada pelo antigo dirigente da UNITA Abel Chivukuvuku, a Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA), realiza no início de abril o seu congresso constitutivo, anunciou hoje em Luanda a comissão instaladora da organização.
Em nome da comissão instaladora da CASA, Lindo Bernardo Tito, destacou que a coligação "representa quatro partidos políticos e independentes que querem contribuir para salvar Angola e resgatar os angolanos".
Nenhum dos quatro partidos que aderiram à coligação tem representação parlamentar.
O congresso constitutivo da CASA realiza-se nos próximos dias 02 e 03 de abril, e para o conclave foram já designados 690 delegados, um terço dos quais provêm da província de Luanda e os restantes das outras 17 províncias angolanas.
"Começámos a trabalhar neste projeto há dois, três meses, por isso não é de admirar que tenhamos já delegados ao congresso", sublinhou Bernardo Tito, que assegurou que, no dia seguinte à reunião, "Angola e os angolanos não vão acordar da mesma maneira".
Otimista quanto às capacidades eleitorais, Bernardo Tito manifestou-se convicto de que a coligação "vai ganhar as eleições" gerais previstas para setembro e deu como prova da adesão popular o facto de 40 por cento dos 163 municípios do país terem já estruturas da CASA montadas.
"Isto é assustador e mesmo surpreendente para todos nós", reconheceu.
Além de eleger os órgãos de direção da coligação, que terá Abel Chivukuvuku como presidente, o congresso vai debater e aprovar os estatutos, o manifesto político, que constitui o "programa mínimo de governação" e o programa de ação.
À pergunta se outros partidos da oposição, como o Bloco Democrático e o Partido Popular, ambos também sem representação parlamentar e que ganharam notoriedade recente pelo apoio que deram às manifestações antigovernamentais em Luanda e Benguela, poderão vir a aderir à CASA, Bernardo Tito limitou-se a responder não haver contactos nesse sentido, acrescentando que tanto partidos como cidadãos são livres de aderirem à plataforma.
"Se manifestarem intenção e aderirem são bem-vindos. Não fechamos a porta a ninguém", disse Bernardo Tito.
Relativamente à UNITA, maior partido da oposição, e que a imprensa estatal angolana tem destacado como estando a "sofrer uma sangria" de dirigentes e quadros que anunciam a adesão a CASA, instado a comentar se existe possibilidade de criação de uma frente comum eleitoral contra o MPLA; partido no poder, Bernardo Tito respondeu que a coligação "está disponível para cooperar com todos os partidos de Angola".
Leonel Gomes, futuro secretário-executivo da CASA, interveio igualmente na conferência de imprensa, e criticou a política de entrada de cidadãos estrangeiros no mundo laboral angolano, designadamente o fluxo de cidadãos chineses que "ocupam postos de trabalho que deviam ser entregues aos angolanos".
"Salvar angola e os angolanos é trazer para este país um governo que tenha no epicentro das suas preocupações o cidadão nacional. É preciso, e dizemo-lo aqui, assumimos sem medo de errar, para cavar buracos não precisamos do chinês. Temos um exército de desempregados muito grande (...) O número de desempregados é excessivo em termos de compreensão humana e em termos de governação responsável", vincou.
Um número nunca determinado de trabalhadores chineses entrou nos últimos anos no mundo laboral de Angola, trabalhando na construção civil e obras públicas.
A China é atualmente o maior cliente do petróleo angolano, com uma quota superior a 30 por cento do total da produção comercializada pela Sonangol, a empresa estatal angolana do setor petrolífero.
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