quinta-feira, 22 de março de 2012

“CABO VERDE CONVERGE PARA A MODERNIDADE" - PM



Liberal, com foto

Um ano após a tomada de posse, JMN optimista

Ao passarem 365 dias de governação, as declarações do Primeiro-ministro parecem decalcadas de outras já feitas no passado: os avanços do país são da inteira responsabilidade do Executivo; as dificuldades são culpa de terceiros. Vira o disco e toca o mesmo…

Praia, 22 de Março 2012 – José Maria Neves é um optimista, 365 dias após a tomada de posse do seu Governo, passados ontem, 21, o Primeiro-ministro considera que “Cabo Verde, gradualmente, converge para a modernidade, para uma nação mais inclusiva, mais justa, mais próspera e com mais oportunidades e possibilidades para as pessoas”.

Segundo JMN, é preciso “continuar a trabalhar para todos partilharem a prosperidade”, porquanto o “único limite” do Governo é a “determinação, vontade e entrega de continuar a trabalhar para servir o bem comum”.

As declarações do Primeiro-ministro são enfatizadas na edição online do bissemanário “A Semana” que, triunfal, acompanha o optimismo do chefe do Governo: “Os vários clusters despontam no horizonte, as barragens vão fincando na terra, Cabo Verde é cada vez mais mundo e oportunidades”, refere o jornal do Palmarejo.

A CULPA É SEMPRE DOS OUTROS…

Os grandes “calcanhares de Aquiles” deste Governo são, como refere José Maria Neves, a TACV e a Electra. Passando por cima de anteriores promessas - que davam os problemas como resolvidos, em data certa e peremptoriamente anunciada… -, o PM anuncia: “Nos próximos quatro anos temos de resolver definitivamente a questão dos TACV e da Electra, modernizando estas duas empresas, fazendo uma profunda engenharia visando as suas privatizações”…

Repescando velhas promessas tidas, então, como garantias imediatas, o Primeiro-ministro anuncia que o Governo está à procura de “um parceiro estratégico” que, não explicando como ou porquê (nem a sua proveniência), promova “uma grande injecção de dinheiro”, porquanto considera que “a TACV tem futuro e pode ser uma companhia de referência nesta região”.

Quanto à Electra, José Maria Neves – passando em branco pela promessa do ministro Humberto Brito de que o problema estaria resolvido em Fevereiro último – parece ter encontrado um novo culpado, que não o próprio Governo: “Só a dívida da Câmara da Praia, de empresas públicas e privadas e também dos cidadãos já ultrapassa os 760 mil contos. Só na Praia, as dívidas de iluminação pública chegam aos 860 mil contos. Não podemos exigir iluminação pública e a reparação imediata das avarias quando as pessoas roubam energia e não respeitam os compromissos que assumiram para com a empresa”, mas esquecendo que a dívida da empresa à autarquia é muito superior e ignorando os milhares de consumidores (a esmagadora maioria dos clientes da Electra) que, pagando, são burlados pelos consecutivos incumprimentos da empresa pública.

Entrincheirando-se nos “avultadíssimos investimentos” feitos na Electra, mas não avançando nenhum número nem justificando a escusa da ministra Cristina Duarte em fornecer as contas da empresa aos deputados da oposição, José Maria Neves diz, ainda, que o Governo está “a cumprir com a produção de energia convencional e renovável”, adiantando serem os objectivos do Executivo “muito ambiciosos”, mas – ainda segundo “A Semana” – não os especificando com rigor.

E, naturalmente, não deixou de referir a 26ª posição de Cabo Verde em matéria de “índice de democracia” e o 10º lugar na “liberdade de imprensa” que, para o bissemanário - generoso como sempre com o líder do PAICV - “dizem mais que muito”.

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