LYR – LAS - Lusa
Nampula, Moçambique, 01 mar (Lusa) - A Cruz Vermelha de Moçambique (CVM) em Nampula desmentiu hoje que tenha sido mobilizada para o problema logístico e de saneamento com que se debatem antigos guerrilheiros da Renamo concentrados desde dezembro na sede provincial.
Em declarações aos jornalistas, Xavier Francisco, secretário provincial da CVM, descartou a possibilidade de prestar qualquer assistência humanitária àqueles elementos, alegando que a CVM, como instituição apartidária, neutra e imparcial, não pode interferir em questões políticas, além de, neste momento, estar desprovida de meios.
O secretário provincial da CVM adiantou que, numa situação de paz, como o país vive, os apoios resultantes da solidariedade interna são destinadas às vítimas de calamidades naturais de pequena magnitude.
Naquelas cuja intervenção ultrapassa as capacidades locais, a organização recorre às federações internacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, acrescentou Xavier Francisco.
Cerca de 400 ex-guerrilheiros estão concentrados desde dezembro de 2011 no bairro de Muatala, convocados pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que reside em Nampula, para os informar sobre a preparação de manifestações nacionais anunciadas "para correr com a Frelimo do poder" mas que nunca se realizaram.
Desde então, tem-se agravado a sua situação sanitária, o que levou já a uma intervenção do Conselho Municipal da cidade, capital da província com o mesmo nome, mas sem êxito.
Ao mesmo tempo, a guarda presidencial da Renamo, que faz proteção ao seu líder, juntou-se aos ex-guerrilheiros, o que levou à mobilização de forças de elite da polícia moçambicana, com blindados, para a sede da Renamo, na Rua dos Sem Medo, no bairro de Muatala.
António Nihórua, porta-voz da Renamo, e única pessoa "autorizada a falar à imprensa", recusa pronunciar-se sobre a matéria, alegando tratar-se de questões militares.
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