segunda-feira, 12 de março de 2012

Estatal angolana Sonangol a caminho de assegurar o controlo da Galp Energia



Macauhub

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) está em vias de reforçar a sua participação na Galp Energia, passando a ser o principal accionista e assumindo a gestão de um dos principais grupos portugueses.

O reforço da participação, alvo de negociações em curso em Lisboa, de acordo com informação da agência financeira Bloomberg, passa pela compra de parte da participação de 33.34% da italiana ENI, avaliada em 3,7 mil milhões de euros.

De acordo com a mesma fonte, o governo português “não quer que a empresa angolana detenha tanto controlo na cotada portuguesa”, pelo que uma percentagem da participação do grupo ENI poderá ser vendida a outros investidores.

Segundo a folha de informação África Monitor, publicada em Lisboa, o interesse da Sonangol resulta de orientações das autoridades angolanas em adquirir integralmente a participação da ENI, o que lhe daria 51%, somando a sua participação indirecta de 16%, através da Amorim Energia, e aquisições em bolsa.

A par das negociações com a ENI, que envolveram uma ida recente a Luanda do presidente executivo do grupo italiano, Paolo Scaroni, a Sonangol está também a negociar a sua saída da Amorim Energia, refere o Africa Monitor.

A equipa da Sonangol envolvida nas negociações em curso em Lisboa é formalmente encabeçada por Batista Sumbe, administrador da companhia e presidente da Sonangol Holding.

A ENI tem interesses antigos e vastos na exploração de petróleo em Angola e a alienação da sua participação na Galp a favor da Sonangol, no todo ou em parte, é considerada relativamente fácil de negociar.

O governo português, adianta a mesma fonte, terá persuadido a Sonangol a conformar-se com uma maioria simples na Galp Energia, eventualmente 34%, o que significará que a aquisição da participação da ENI será parcial.

O esforço financeiro associado à compra da participação da ENI, com a venda estimada das acções a um preço 10% acima do valor bolsista, terá comprometido a entrada de investidores portugueses, conforme queria o governo de Lisboa, refere o Africa Monitor.

A Sonangol tem vindo a reforçar os seus interesses em Portugal e tornou-se recentemente no principal accionista do Millennium BCP, o maior banco privado português, com mais de 20% do capital.

O lucro da Sonangol ascendeu a 3,313 mil milhões de dólares em 2011, de acordo com estimativas preliminares, revelou o presidente da petrolífera angolana Francisco de Lemos Maria.

Com a economia portuguesa a atravessar uma crise que se traduz na desvalorização do valor implícito das grandes empresas, os investimentos angolanos têm vindo a aumentar, segundo salientou a Economist Intelligence Unit num dos seus mais recentes relatórios. (macauhub)

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