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Bissau, 19 mar (Lusa) - O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Desejado Lima da Costa, admitiu hoje que a abstenção nas eleições presidenciais de domingo pode ultrapassar os 40 por cento, mais do que em 2009.
Desejado Lima da Costa falava hoje em conferência de imprensa em Bissau, na qual deu conta de duas reuniões que teve na manhã de hoje com o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e com o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, António Indjai.
Segundo o responsável, os dois "reafirmaram a confiança no processo eleitoral", tendo a CNE recebido garantias de que este iria decorrer com tranquilidade.
"As Forças Armadas garantem a submissão ao poder político de acordo com a Constituição e observarão no decurso do processo a normalidade, com aceitação dos resultados que venham a ser anunciados pela CNE", disse Desejado Lima da Costa, acrescentando que o poder militar garantiu que se fosse necessário iria reforçar a força conjunta (militares e polícias) criada para garantir segurança ao processo eleitoral.
Na noite passada, horas depois de terem fechado as urnas das eleições presidenciais, foi assassinado a tiro em Bissau o ex-chefe das informações militares da Guiné-Bissau Samba Djaló.
Hoje, na conferência de imprensa, Desejado Lima da Costa disse que o que se passou na noite passada "nada tem a ver com o processo eleitoral" e que "a intranquilidade vivida foi ultrapassada".
"Tratou-se de um caso isolado, que está a seguir os trâmites legais. Não envolve as forças armadas guineenses e a sua investigação já está em curso. À CNE foi assegurado que não existe nenhum motivo que coloque em causa a paz e a estabilidade do processo eleitoral", disse Desejado Lima da Costa.
Ainda segundo o presidente da CNE, as operações eleitorais estão a ser concluídas nas regiões de acordo com o plano estipulado e as comissões regionais eleitorais estão a proceder ao apuramento regional.
Desejado Lima da Costa disse que entre os dias 24 e 25 a CNE estará em condições de divulgar os resultados provisórios.
Os guineenses foram no domingo às urnas para escolher entre nove candidatos o próximo Presidente da República, na sequência da morte do Presidente eleito em 2009, Malam Bacai Sanhá.
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