Mafalda Ganhão - Expresso
Djiblolo, a nova capital política e administrativa da Guiné Equatorial, vai ocupar 8150 hectares e terá mais de 160 mil habitantes.
Djiblolo, a nova capital política e administrativa da Guiné Equatorial, vai ser concebida por um ateliê português. O projeto desenvolvido pela empresa "Arquitetura e Urbanismo IDF - Ideias do Futuro" prevê uma intervenção numa área de 8150 hectares e será executado em conjunto com a construtora Zagope, tendo algumas particularidades, como o facto de a capital estar pensada para ser a primeira cidade inteiramente dependente de energias renováveis e sustentáveis.
"A intenção é tirar partido do grande potencial do país, onde abundam dois recursos naturais: a água e o sol", explica André Correia, do ateliê "IDF".
No que à parte habitacional diz respeito - e sendo uma capital administrativa - o projeto engloba "toda a vertente presidencial, ministérios, embaixadas, Governo, mas está também dimensionado para incluir todas as classes sociais, estando a cidade projetada para um total entre 160 e 200 mil habitantes".
O Presidente Teodoro Obiang "pediu-nos para construir uma cidade africana, não uma cidade europeia em África", razão porque outro dos aspectos importantes do conceito é a "inclusão de espaços para agricultura de subsistência nas proximidades da capital".
Para o desenvolvimento deste trabalho,várias foram as viagens ao país. "Sentimo-nos num país organizado e tranquilo", afirma André Correia, preferindo não entrar em detalhes de apreciação política: "Creio que terá o regime possível no momento".
À revista "África21", o arquitcto Miguel Correia, director da "IDF", realçou as características geográficas: "O local no meio da floresta é magnífico, porque atravessado pelo rio Wele, com uma beleza natural esmagadora".
O ateliê português tem projetos deste tipo de urbanismo na Líbia, para a remodelação de toda a área urbana de Trípoli, entre o aeroporto e o centro da cidade; na Argélia; no Iraque e no Brasil, onde têm em mãos a remodelação de um centro histórico.
A Guiné Equatorial, país onde a exploração do petróleo tem permitido o desenvolvimento recente de vários projetos de grande dimensão, aspira a tornar-se membro da CPLP, mas as acusações de violações dos direitos humanos atribuídas ao seu regime têm feito levantar muitas vozes contra.
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