domingo, 18 de março de 2012

SARKOZY À BEIRA DO ABISMO - II



Martinho Júnior, Luanda

3 – Qual o papel da inteligência francesa nos acontecimentos na Síria?

Por que razões profundas ela lá se encontra?

Até que ponto há propaganda mentirosa sobre os acontecimentos, em especial no que diz respeito às questões que se prendem com as acções militares e o sangue inocente derramado?

Um dos “sites” que têm divulgado mais dados que são deliberadamente escondidos dos mídia controlados pelo Pentágono está o Voltairenet, um “site” aliás que contribuiu para desmascarar o carácter político do próprio Sarkozy, que por Thierry Meyssan é considerado uma figura com perfil de agente dos norte americanos.

Agente ou não, o “animal político” que dá pelo nome de Sarkozy sempre teve a tendência para se colocar, por vezes de forma subserviente, sob a alçada daqueles que foram personificando a ditadura do grande capital à escala global e continental: George Bush e Ângela Merkel!

É com esse percurso que a sua trilha em relação aos países do sul se tem feito sentir, principalmente em África e no Médio Oriente!

4 – No caso corrente da Síria, as coisas estão a correr mal, em contraste com os (imensos) êxitos conseguidos na Líbia (“Os erros de apreciação pagam-se caro – III” – http://paginaglobal.blogspot.com/2011/10/kadafi-os-erros-de-apreciacao_28.html).

Correram mal no Conselho de Segurança da ONU, pois o veto da Rússia e da China impediram que a evolução do cenário na Síria seguisse a trilha da ementa da Líbia à mercê de alguns dos componentes da OTAN!

Os falcões de Israel sentiram isso, conforme o que alguns analistas que lhes são favoráveis lançaram para fazer ondas na opinião pública (“Seciruty Council will not condemn Syria” – http://www.israelnationalnews.com/News/News.aspx/146295).

Correram mal na sequência do veto da Rússia e da China no CS da ONU, pois a ofensiva militar da Síria correndo o risco de provocar muito sangue (“danos colaterais” quando é “fogo amigo”), colocou a nu o papel das ingerências militares integradas nos rebeldes em Homs.

A 22 de Fevereiro o Voltairenet em “A guerra secreta da França contra o povo sírio” (http://www.voltairenet.org/La-guerre-secrete-de-la-France) referiu:

“Durante a tomada do bastião rebelde no bairro de Bab Amr, em Homs, o exército sírio fez mais de 1.500 prisioneiros, a maior parte estrangeiros.

Entre eles, uma dúzia de franceses requereram estatuto de prisioneiros de guerra, declinando a sua identidade, a sua patente e a sua unidade de afectação.

Um de entre deles é um coronel do Serviço de Reconhecimento do DGSE”.

(…)
“A França solicitou a ajuda da Federação da Rússia para negociar com a Síria a libertação de prisioneiros de guerra”.

(…)
“Na ausência de tratados pertinentes, a guerra secreta conduzida pelo presidente Sarkozy e pelo seu governo, é um acto sem precedentes sob a Vª República.

Ela viola o artigo 35º da Constituição e constitui um crime passível da Corte suprema (artigo 68º)”.

A 26 de Fevereiro o Voltairenet voltava ao tema (“La France ouvre dês négotiations avec la Syrie pour récupérer ses 18 agents” – http://www.voltairenet.org/La-France-ouvre-des-negociations):

… «Se Paris admite que eles agiram em missão, eles beneficiarão do estatuto de prisioneiros de guerra e serão protegidos pela Convenção de Genebra, mas se Paris nega os ter enviado, eles serão considerados como civis estrangeiros, serão julgados na Síria pelos seus crimes e incorrem em pena de morte ».

(…)
“Se as negociações decorrerem de forma secreta, a França deverá pagar indemnizações de guerra particularmente pesadas, seja em numerário, seja sob a forma de privilégios económicos.

Se elas se tornarem públicas, a França pode esperar indemnizações menos onerosas, mas Nicolas Sarkozy e Alain Juppé dever-se-ão explicar perante seus concidadãos.

O seu campo hipotecará então as suas chances de ganhar a eleição presidencial, pelo que o presidente arrisca mesmo de ser conduzido perante a Alta Corte de Justiça (artigos 35 e 68 da Constituição)”.

A 28 de Fevereiro o Voltairenet dava conta da detenção do 19º prisioneiro francês (“Un 19ème agent français arrêté en Syrie” – http://www.voltairenet.org/Un-19eme-agent-francais-arrete-en):

« A rede Voltaire soube de fonte segura que um agente francês foi feito prisioneiro pelo Exército Nacional Sírio, a 27 de Fevereiro de 2012, em Azouz (distrito de Idlib, próximo da fronteira turca).

Com essa detenção, eleva-se a 19 o número de franceses presos por Damasco.

Negociações pela restituição estão em curso por via da federação russa, dos Emiratos Árabes Unidos e Sultanato de Oman »…

A 10 de Março por seu turno, a Voice of America em português publicava « Moscovo acusa Tripoli de treinar rebeldes sírios » (http://www.voanews.com/portuguese/news/03_08_2012_un_libya_syria-141935783.html):

“A Rússia acusou a Líbia de treinar combatentes oposicionistas sírios em campos líbios e dos enviar para a Síria para atacar as forças do presidente Bashar al-Assad.

O embaixador da Rússia nas Nações Unidas fez esta acusação durante o encontro de quarta-feira do Conselho de Segurança da ONU durante o qual participou o primeiro-ministro líbio.

O embaixador russo Vitaly Churkin referiu que o seu governo tinha manifestado preocupação sobre a proliferação de armas líbias, para lá das fronteiras, após a queda em Outubro passado de regime Gadhafi.

Segundo Churkin não são já apenas as armas que estão a sair para o estrangeiro.

Recebemos informação de que a Líbia, com o apoio das autoridades, tem um centro de treino especial para revolucionários sírios e que indivíduos estão a ser enviados para a Síria para atacar o governo legal”…

O que Thierry Meyssan detalha na sua análise “Fin de partir au Proche-Orient” (http://www.voltairenet.org/Fin-de-partie-au-Proche-Orient), é esclarecedor sobre para onde Sarkozy tem conduzido a França na Líbia e na Síria:

… “O mais estranho nesta situação, é observar os medias ocidentais a auto persuadirem-se que os salafistas, os wahhabitas e os combatentes do movimento Al Qaeda estão inspirados na democracia, agora que eles não cessam de apelar através das redes de satélite Sauditas e do Qatar, a degolar os heréticos alaouitas e os observadores da Liga Árabe.

Pouco importa que Abdelhakim Belhaj (número 2 da Al Qaeda e actual governador militar de Tripoli, Líbia) tenha vindo pessoalmente a instalar os seus homens no norte da Síria e que Ayman Al-Zawahiri (número 1 da Al Qaeda depois da morte oficial de Oussama ben Laden) tenha apelado à jihad na Síria, a imprensa ocidental prossegue o seu papel romântico de revolução liberal”…

Os acontecimentos na Síria estão a desencadear por toda a região e até ao Cáucaso, uma guerra pouco visível de inteligências e suas influências: em jogo está também o oleaduto Baku – Tbilissi – Ceyhan!

Será que as coisas correrão bem para Sarkozy nas próximas eleições presidenciais francesas ?

Mesmo que ganhe as próximas eleições não há dúvida duma coisa : sob os pontos de vista ético e moral, pelo menos sob a óptica do africano consciente, de tão se colocar à direita Sarkozy está à beira do abismo e começa a ser um caso de foro psiquiátrico, um pouco como Mussolini e Hitler !

Pode parecer aos « ocidentais » um exagero, mas para os africanos que se apercebem do corpo unerte (ainda) do continent, há apenas com uma diferença : sem aparente « programa », mas com um nefasto peso específico em relação à própria vida dos povos de vastas regiões de África, pelo menos toda a África francófone incluindo as regiões geo estratégicas e muito sensíveis do Golfo da Guiné e dos Grandes Lagos (bacia do grande Congo) estão em grande parte à mercê das suas « políticas »!

Foto: Dois da mesma “trincheira”, Bush e Sarkozy!



4 comentários:

Anónimo disse...

Alain Juppé accusé par sa propre administration d’avoir falsifié les rapports sur la Syrie

Un haut fonctionnaire français a invité , le 19 mars 2012, des journalistes arabes basés à Paris pour leur révéler la bataille qui se livre actuellement au sein du gouvernement français en général et du Quai d’Orsay en particulier à propos de la Syrie.
Selon cette personnalité, l’ambassadeur de France à Damas, Éric Chevallier, dont l’ambassade vient d’être fermée et qui est rentré à Paris, a pris à partie son ministre devant ses collègues. Il a accusé Alain Juppé de ne pas avoir tenu compte de ses rapports et d’avoir falsifié les synthèses pour provoquer une guerre contre la Syrie...

http://www.voltairenet.org/Alain-Juppe-accuse-par-sa-propre

Anónimo disse...

Regroupement de combattants étrangers aux frontières turque et jordanienne

Damas, 17h50 - Plusieurs centaines de combattants libyens d’Al Qaida (ex- Groupe islamique combattant en Libye) sont arrivés au cours des dernières semaines dans des hôtels d’Amman (Jordanie). Ils les ont soudain quittés vendredi 16 mars 2012 pour se regrouper dans un lieu inconnu.
Simultanément, un va-et-vient d’autobus a acheminé au moins 2000 combattants dans un camp de "réfugiés" à Hatay (Turquie) dans les journées de vendredi 16 et samedi 17 mars. Ce transport se poursuit, il est encadré par l’Armée turque.
Le colonel Riyad Al Asaad, qui avait été un moment assigné à résidence après l’accord syro-turc du 7 février, assure à nouveau pleinement le commandement de l’Armée "syrienne" libre depuis la Turquie.
On estime que les forces déjà regroupées sont constituées par 500 à 1000 takfiristes à la frontière jordanienne et 2000 à 3000 à la frontière turque. Aucun groupe jihadiste d’importance n’est signalé à la frontière libanaise, l’Armée libanaise ayant démantelé au cours des dernières semaines un camp de regroupement et une base de communication...

http://www.voltairenet.org/URGENT-Syrie-Regroupement-de

Anónimo disse...

Periodistas occidentales promueven el terrorismo en Siria

Por Alfredo Embid
La colaboración de los falsos periodistas o de periodistas que trabajan para los servicios de inteligencia de Francia, Gran Bretaña o Estados Unidos con los grupos terroristas es algo habitual en Siria, como lo fue anteriormente en Libia.
Es el caso de los reporteros franceses en Homs que publicamos anteriormente, y es el caso también del reportero del diario inglés The Sunday Times, Paul Conroy, agente de los servicios secretos británicos.
Ahora se ha revelado que un equipo de la CNN fue cómplice de terrorismo al coordinarse con saboteadores de un oleoducto que pasa próximo al distrito al-Sulaymanieh, de la ciudad de Homs, a unos 162 kilómetros al norte de Damasco para poder filmar el ataque...


http://www.cubadebate.cu/noticias/2012/03/28/periodistas-occidentales-promueven-el-terrorismo-en-siria/

Anónimo disse...

Periodistas occidentales promueven el terrorismo en Siria

Por Alfredo Embid
La colaboración de los falsos periodistas o de periodistas que trabajan para los servicios de inteligencia de Francia, Gran Bretaña o Estados Unidos con los grupos terroristas es algo habitual en Siria, como lo fue anteriormente en Libia.
Es el caso de los reporteros franceses en Homs que publicamos anteriormente, y es el caso también del reportero del diario inglés The Sunday Times, Paul Conroy, agente de los servicios secretos británicos.
Ahora se ha revelado que un equipo de la CNN fue cómplice de terrorismo al coordinarse con saboteadores de un oleoducto que pasa próximo al distrito al-Sulaymanieh, de la ciudad de Homs, a unos 162 kilómetros al norte de Damasco para poder filmar el ataque...


http://www.cubadebate.cu/noticias/2012/03/28/periodistas-occidentales-promueven-el-terrorismo-en-siria/

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