quinta-feira, 8 de março de 2012

Secretário geral da CGTP acusa Marcelo Rebelo de Sousa de "falar do que não sabe"



RB - Lusa

Viseu, 07 mar (Lusa) - O secretário-geral da CGTP acusou hoje Marcelo Rebelo de Sousa de "falar de tudo e também do que não sabe", reagindo ao comentário do ex presidente do PSD, que acusou a central sindical de estar a "banalizar" a greve geral".

Arménio Carlos defendeu que, ao contrário do que disse Marcelo Rebelo de Sousa, "em 10 segundos", os trabalhadores "não estão a banalizar a greve geral porque não são masoquistas", até porque "quando fazem uma greve perdem um dia de salário no final do mês".

"Os trabalhadores estão a fazer uma greve porque têm necessidade de dar uma resposta a um conjunto de propostas que, se fossem implementadas, iriam aumentar significativamente o nível de pobreza em Portugal, que já é muito elevada, 2, 7 milhões de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza", disse.

Num plenário com sindicalistas em Viseu para debater a greve geral de 22 de março, o secretário-geral da CGTP sinalizou como essencial a ideia de que "facilitar os despedimentos, reduzir indemnizações, reduzir subsídios de desemprego, alterar horários de trabalho para por os trabalhadores a trabalhar mais e receber menos, atacar a contratação coletiva levaria à redução dos rendimentos dos trabalhadores e do aumento da pobreza".

Mas disso, adiantou, "o professor Marcelo não quer falar, porque sabe que é mais fácil em 10 segundos lançar uma mensagem dessa natureza que perder um ou dois minutos a discutir conteúdos. É de alguém que está ali (no comentário dos domingos na TVI) para justificar aquilo que não tem justificação quanto às políticas do governo. É por isso que diz este tipo de coisas", apontou Arménio Carlos.

Neste plenário, o dirigente sindical abordou um conjunto de temas que justificam a convocação da greve geral, aludindo, entre outros, à questão do salário mínimo, reafirmando que, na segunda-feira, a comissão executiva da CGTP "vai analisar uma proposta em concreto e vai assumir publicamente o aumento".

E justificou: "Houve um acordo que não foi cumprido e não há razão nenhuma para não ser aumentado. O salário mínimo nacional, em termos líquidos, está abaixo do limiar da pobreza, temos 400 mil trabalhadores a empobrecer todos os dias".

Mas também porque "o salário mínimo é um contributo para dinamizar a economia de algumas regiões e ajudar ao funcionamento das empresas, porque havendo um ligeiro aumento do poder de compra, há um ligeiro aumento do consumo e no escoamento de produtos e serviços".

"E vamos demonstrar que isto não põe em causa o emprego nem aumentar o desemprego, pelo contrário, vai dar um contributo para que a economia possa melhorar e sair desta situação desgraçada de receção económica em que nos encontramos", asseverou.

Sem comentários:

Mais lidas da semana