Clara Barata, em Paris - Público
“Sarkozy Président!” A chegada de Nicolas Sarkozy ao Liceu Jean de La Fontaine, para votar, esta manhã, foi digna de uma estrela de rock. Nem havia espaço para os eleitores entrarem na grande escola do XVI “arrondissement” de Paris e exercerem o seu direito de voto, tal a aglomeração de mirones e jornalistas, atraídos ali para verem o momento em que o Presidente e a primeira-dama Carla Bruni iam depositar o seu voto nas urnas.
“Vamos ganhar!” e “Nicolas! Nicolas” foram os gritos que saudaram a chegada de Sarkozy, que vota não na zona da residência oficial do Presidente da República, mas na da casa da sua mulher, onde prefere morar. O XVI “arrondissement” é uma zona essencialmente residencial, onde se concentram embaixadas, a zona mais arborizada de Paris, e que no imaginário dos parisienses é um “ghetto” de ricos. Ali, em 2007, Sarkozy foi eleito 80,81% dos votos à segunda volta nas presidenciais (e obteve 64% na primeira). Estava em casa, claramente.
Mas nem todos os que foram ver Sarkozy – e que fizeram um verdadeiro “moche” ao Presidente, quando ele saiu da escola, depois de votar, saltando literalmente para cima dele e da sua “entourage” e segurança – eram apoiantes. Além de jornalistas das mais variadas proveniências com os seus apetrechos típicos de som e imagem, e turistas japoneses e britânicos, também estava lá quem garantisse que não ia votar nele.
“Ainda não decidi em quem vou votar, mas vou votar na esquerda”, diz Laurette, que não quer dizer o apelido. “Vim por curiosidade, é uma pessoa conhecida. Vim para o ver, ainda desafiador, apesar de todos os defeitos que lhe apontam.” Garante que ainda vai votar. “Hei-de ir. Sarkozy fez o que pôde. Mas não é alguém da direita que há-de fazer algo pelas pessoas que estão mais baixo. Mas à esquerda não é evidente em qual votar."
Madrugadores
Mas nem todos os que foram ver Sarkozy – e que fizeram um verdadeiro “moche” ao Presidente, quando ele saiu da escola, depois de votar, saltando literalmente para cima dele e da sua “entourage” e segurança – eram apoiantes. Além de jornalistas das mais variadas proveniências com os seus apetrechos típicos de som e imagem, e turistas japoneses e britânicos, também estava lá quem garantisse que não ia votar nele.
“Ainda não decidi em quem vou votar, mas vou votar na esquerda”, diz Laurette, que não quer dizer o apelido. “Vim por curiosidade, é uma pessoa conhecida. Vim para o ver, ainda desafiador, apesar de todos os defeitos que lhe apontam.” Garante que ainda vai votar. “Hei-de ir. Sarkozy fez o que pôde. Mas não é alguém da direita que há-de fazer algo pelas pessoas que estão mais baixo. Mas à esquerda não é evidente em qual votar."
Madrugadores
Dando o exemplo, quando um dos grandes receios destas eleições é a abstenção, os outros candidatos madrugaram todos e já votaram todos. Ao meio-dia, a taxa de particiopação elevava-se a 28,29%, segundo o Ministério do Interior. Em 2007, à mesma hora, era de 30,21%.
François Hollande votou em Tulle, na Corréze, por onde é deputado, com a sua companheira, Valérie Trierweiler ao lado. Hoje deitava a dieta ao ar e ia comer a um restaurante local: na ementa estava costeleta de veado e bolo de chocolate – chocolate, a perdição do homem que pode vir a ser o próximo Presidente de França.
À tarde, o socialista regressa a Paris, para conhecer os resultados da primeira volta. “Estou atento, mobilizado, mas sobretudo respeito o voto dos franceses. Esta jornada vai ser longa, vai ser um momento longo”, disse Hollande, depois de ter votado. Não se ficou atrás de Sarkozy no sucesso mediático: mais de 200 jornalistas foram vê-lo depositar o seu voto na urna.
Os candidatos que disputam o terceiro lugar – uma corrida dentro da corrida, entre as duas frentes, a Frente de Esquerda de Jean-Luc Mélenchon e a Frente Nacional de Marine Le Pen também já votaram.
Marine Le Pen votou em Hénin-Beaumont, no Norte, onde o seu partido tem crescido enormemente, e onde se espera que ela se apresente como candidata nas legislativas de Junho. “Voilá, eis uma coisa bem feita”, disse depois de votar.
Já Jean-Luc Mélenchon votou no X “arrondissement” de Paris, com a sua característica gravata vermelha (a cor da revolução), parecendo emocionado.
Está emocionado?, perguntaram-lhe os jornalistas. “Sempre que voto!”, respondeu. "É sempre emocionante, é o momento supremo da religião republicana, toda a gente vota, toda a gente é séria, toda a gente pôs gravata.
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