sábado, 7 de abril de 2012

Louçã acusa Governo de tomar "decisão matreira" ao suspender reformas antecipadas




O dirigente do Bloco de Esquerda Francisco Louçã classificou hoje a decisão de suspender as reformas antecipadas de "matreira" e acusou o Governo de estar a enganar a população por retirar subsídios e não os devolver.

“Foi uma decisão matreira, porque o Governo, na mesma altura em que promete que não há mais medidas de austeridade, toma à socapa uma decisão que não é justificada pela situação da Segurança Social, mas simplesmente por limitar os recursos financeiros”, afirmou o coordenador do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, aos jornalistas, antes da apresentação, em Matosinhos, do livro “A Dividadura – Portugal na crise do euro”, que assinou com Mariana Mortágua.

O Governo aprovou a “suspensão imediata” das normas do regime de flexibilização da idade da reforma antes dos 65 anos, mas admite o acesso à pensão de velhice apenas aos desempregados involuntários de longa duração.

Este novo regime, aprovado em Conselho de Ministros a 29 de Março, foi publicado na quinta-feira em Diário da República, depois de promulgado pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e entra hoje em vigor.

Louçã acusou o Governo de estar “a enganar os portugueses”, referindo-se ao tema dos subsídios de Natal e de férias, que só regressarão, segundo o ministro das Finanças, em 2015, após o final do programa de ajustamento.

“O Governo enganou os portugueses. Disse que o plano era 2012 e 2013 e que depois devolvia. Ora, o Governo tirou, a quem descontou para a sua reforma, dois meses do seu salário, e a trabalhadores o mesmo”, disse o coordenador bloquista.

Francisco Louçã mencionou, ainda, a informação veiculada pela manchete de hoje do semanário Expresso, segundo a qual as “contas do Governo só prevêem 20% dos subsídios em 2015”, com o valor a subir para 50 por cento no ano seguinte.

“Parece que agora [o Governo] admitiria devolver uma semana dos dois meses que retirou e diz que é um lapso. Os portugueses já perceberam o que é que isto quer dizer: 'lapsou' dois meses e agora aceita devolver, parece que é uma semana. Percebe-se então porque é que a economia está tão destruída. Porque a diminuição dos salários tira emprego”, declarou Louçã.

O ministro das Finanças admitiu, na quinta-feira, ao fim de várias questões da oposição, "um lapso" ao ter dito em entrevista à RTP que a suspensão dos subsídios de férias e de Natal terminaria com o programa, que acabaria em 2013.

"O senhor deputado Pedro Filipe Soares, quando cita a minha entrevista na RTP, teve o escrúpulo de citar a frase completa. Durante a vigência do programa de ajustamento - e esse programa de ajustamento termina em 2013 -, essa minha afirmação não altera o período de vigência do programa que está fixado desde o início, isto é 2014. Trata-se naturalmente de um lapso, o que está aqui em causa é o período de vigência do programa, como repetido no articulado, quer no relatório do Orçamento do Estado para 2012", disse o governante.

1 comentário:

Anónimo disse...

BRANDOS COSTUMES!

Os lobos têm todo o tempo, poder e disponibilidade para caçar os submissos rebanhos de ovelhas que compõem todos os extractos sociais dependentes do povo português!

Eis como funciona a Inquisição contemporânea, em resultado da lavagem ao cérebro que se faz aos portugueses de há séculos a esta parte!

Espera-se que os rebanhos continuem civilizadamente submissos e à mercê dos lobos!

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