segunda-feira, 16 de abril de 2012

Presidente da Comissão da CEDEAO e vários ministros estão hoje em Bissau



FP - Lusa

Bissau, 16 abr (Lusa) - Uma delegação da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), liderada pelo presidente da Comissão, Desiré Ouedraogo, estará hoje em Bissau para se encontrar com os militares guineenses.

Os militares protagonizaram na última quinta-feira um golpe de Estado na Guiné-Bissau, prendendo o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

A delegação, segundo um comunicado hoje divulgado, deverá entregar uma mensagem especial dos chefes de Estado aos militares, "reiterando a posição" da instituição "de rejeição da tomada do poder" da semana passada e "insistindo na imediata restauração da ordem constitucional".

A delegação integra, entre outros, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Costa do Marfim e da Nigéria, e os chefes da Defesa do Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Nigéria e Senegal.

Incluem-se ainda representantes da União Africana e das Nações Unidas e forças políticas dos vários países-membros da CEDEAO.

"A delegação vai reafirmar a rejeição do golpe de Estado, que tem sido condenado pela comunidade internacional, incluindo pela ONU e pela União Africana, exigindo à junta militar a restauração Imediata do respeito pela Constituição", diz o comunicado.

A CEDEAO "expressa em particular o seu desagrado" por o golpe de Estado ter decorrido poucos dias depois de uma missão conjunta da CEDEAO/ONU e União Africana se ter reunido com a hierarquia militar guineense "para avisar sobre a sua discordância com qualquer tentativa ou tentação" de prejudicar o processo eleitoral em curso.

O comunicado avisa que os golpistas serão responsabilizados pela segurança dos líderes políticos, população e instituições e relembra que a CEDEAO tem "tolerância zero para qualquer chegada ao poder que não seja por meio constitucional".

Antes do golpe, o Conselho de Mediação e Segurança da CEDEAO já tinha recomendado o envio de um contingente militar à Guiné-Bissau, para substituir a missão angolana (Missang), para "assegurar a implementação efetiva do mapa regional para a reforma de Defesa e Segurança" na Guiné-Bissau e para assegurar a segurança no âmbito da segunda volta das eleições presidenciais, que estava marcada para o próximo dia 29.

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