JSD - Lusa
Espargos, Cabo Verde, 24 mai (Lusa) - A Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde considera uma "prioridade" a elaboração de legislação sobre as escutas telefónicas para combater a criminalidade organizada e outros ilícitos criminais, disse o diretor da instituição, citado hoje pela Inforpress.
Segundo Carlos Reis, que falava quarta-feira à margem do encerramento da Conferência Internacional sobre Terrorismo, que se realizou durante três dias na ilha do Sal, a PJ está a trabalhar "afincadamente" com o Governo na busca de parcerias e com as operadoras de comunicações para que as condições fiquem criadas.
Considerando tratar-se de um processo "moroso", devido aos "custos bastante elevados", Carlos Reis frisou que as interceções telefónicas são uma "prioridade".
"Em Cabo Verde, a nossa realidade exige que façamos a racionalização de esforços para a questão da utilização de meios. A PJ defende, embora seja uma questão da proteção da segurança nacional, a criação o mais rapidamente possível de condições para que as interceções telefónicas sejam uma realidade", sublinhou.
Cabo Verde tem estado no centro das atenções internacionais devido à utilização das suas águas territoriais pelos narcotraficantes e outros tipos de tráfico, bem como nos processos de lavagem de capitais.
A vulnerabilidade na fiscalização das águas territoriais, como acentuou na quarta-feira na sessão de encerramento o Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, tem estado a ser colmatada aos poucos com o apoio internacional, a par de legislação "cirúrgica" aprovada pelo Governo, como a lei de lavagem de Capitais.
Sobre as conclusões da conferência, Carlos Reis salientou o "refrescar de conhecimentos" para as polícias de Cabo Verde e lembrou a importância "inevitável" do país no contexto da região, em que há a necessidade de servir de elo de ligação para as instituições policiais que trabalham a questão do terrorismo e os atos criminais com impacto internacional.
"A partir de agora o que vai mudar é a nossa capacidade de pontos de contacto a nível internacional", disse o diretor da PJ cabo-verdiana, lembrando o crescimento, ao longo dos últimos 19 anos, da polícia científica, com ações concretas no combate à criminalidade organizada internacional.
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