FP - Lusa
Bissau, 11 mai (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Nurudeen Muhammad, disse hoje que a solução para a Guiné-Bissau não foi perfeita mas que foi "baseada nas realidades atuais" do país e no "interesse do povo".
Nurudeen Muhammad, que chefiou uma delegação da Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO) falava em Bissau para militares e políticos guineenses, no final de dois dias de reuniões no âmbito das quais propôs o presidente interino da Assembleia Nacional, Serifo Nhamadjo, para Presidente da República por um período de transição de um ano.
"O que aconteceu ontem (quinta-feira) foi a escolha da maioria dos intervenientes na crise na Guiné-Bissau e também tendo em linha de conta a conduta da CEDEAO e em conformidade com as leis do país", disse, acrescentando que "a CEDEAO usa a força somente como último recurso".
Falando para os militares, Nurudeen Muhammad afirmou que "a CEDEAO mantém o princípio da tolerância zero para situações de golpe de Estado" e "em nenhuma circunstância irá permitir que as autoridades tenham de passar por situações de violência".
Nurudeen Muhammad disse esperar agora que os militares se submetam às reformas do setor da Defesa e Segurança, para que se ponha "um ponto final neste ciclo de golpes, de uma vez por todas".
Quanto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, disse depois aos jornalistas, é tempo de "olhar para os factos", porque não há alternativa a "aceitar o que o povo da Guiné Bissau e a CEDEAO decidiram".
O ministro da Defesa da Costa do Marfim, Paul Koffi Koffi, pediu também aos militares da Guiné-Bissau para que "haja alguma contenção e sobretudo o diálogo" como forma de resolver problemas.
De acordo com o ministro marfinense, Serifo Nhamadjo foi designado "em obediência aos preceitos constitucionais da Guiné-Bissau" e terá uma missão "sem descanso" mas com o apoio da CEDEAO e "em particular" de Alassane Ouattara, presidente em exercício da organização de Estados.
Ao povo, aos políticos e aos militares pediu que apoiem Serifo Nhamadjo e desejou que o país retorne à paz e à estabilidade.
Os militares guineenses protagonizaram um golpe de Estado a 12 de abril e prenderam o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, libertando-os mais tarde.
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