quarta-feira, 9 de maio de 2012

Guiné-Bissau: FORÇA PORTUGUESA EVITOU "NÍVEIS DEPLORÁVEIS" DE VIOLÊNCIA




General Luís Araújo disse que «situação poderia ter descambado num banho de sangue»

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) afirmou que o envio da Força de Reação Imediata (FRI) portuguesa para a Guiné-Bissau evitou que a violência naquele país pudesse atingir «níveis deploráveis».

De acordo com a Lusa, o general Luís Araújo adiantou num encontro com jornalistas em Lisboa, na terça-feira, que os meios navais e aéreos envolvidos na «Operação Manatim» (duas fragatas, uma corveta, um navio reabastecedor e dois aviões) já estão de regresso a Portugal e defendeu que a presença na costa oeste de África tranquilizou os cidadãos portugueses na Guiné.

«Tínhamos uma força a oito horas de poder resgatar qualquer pessoa do país (...) Esta situação podia ter descambado num banho de sangue», observou o CEMGFA.

Questionado pelos jornalistas sobre o custo desta missão, o chefe militar disse não fazer «a mínima ideia».

«Não estou preocupado com isso para já, hei-de preocupar-me depois. Só quando a força regressar. O custo não é uma prioridade para mim, custou o que custou, o que posso dizer por exemplo é que o Bérrio (reabastecedor) saiu de Lisboa com 200 toneladas de combustível», afirmou.

O general destacou o nível de prontidão da FRI, sublinhando que partiu em missão «após 36 horas da decisão política», sem que «ninguém tivesse pestanejado».

«Estou extremamente orgulhoso das Forças Armadas que temos, no nosso país andamos a fazer muito bem a crónica do que está mal e muito mal a crónica do que está bem», considerou.

Opinião Página Global

Na sequência dos comentários que Página Global já aqui teceu sobre o envio de militares portugueses para as proximidades da costa da Guiné-Bissau, que poderá ler em GOLPE NA GUINÉ-BISSAU CUSTA MILHÕES DE EUROS A PORTUGAL e em OS RAPAZES CURTEM NO RESORT BELORIZONTE EM CABO VERDE, QUAL É O MAL? Ou simplesmente selecionando tudo que diz respeito a GUINÉ-BISSAU (também ao seu dispor na barra lateral), temos neste momento a assinalar que o general Luís Araújo não podia dizer outra coisa que não aquilo que disse à comunicação social e que acima decerto já leu. O que falta saber é como é que Portugal sabia que se preparava um “banho de sangue”, como afirma, e como é que, se assim fosse, sendo os portugueses visados na alegada violência perpetrada pelos golpistas, evitaria - em oito horas que levaria a invadir Bissau para os resgatar – o referido “banho de sangue”.

Além do mais nunca anteriormente os portugueses foram visados nas lutas intestinas entre os militares e os políticos guineenses, porque razões seriam agora? Não colhe credibilidade na opinião geral o que é afirmado pelo CEMGFA, aduzindo-se das suas declarações que fez o que lhe ordenaram a nível ministerial para justificarem a disparatada operação e o disparatado gasto de muitos milhões que todos os portugueses vão ter de desembolsar porque uns ministros portugueses politicamente esquizofrénicos tomaram a decisão política errada que os militares tiveram de cumprir. De certo modo fica mal ao CEMGFA ter de estar a servir de baia do poder político tresloucado que esbanja injustificadamente milhões de euros. Os ministros que expliquem que informações possuíam que justificasse a decisão tomada. Já se diz que afinal a operação e estes milhões atirados aos porcos se destinaram a proteger a família da consorte do PM Passos Coelho, que como se sabe é guineense… Isso, e só isso. Corre esse rumor mas na verdade nem esse pretexto colhe credibilidade. A incompetência e o histerismo dos esquizofrénicos no poder político ainda são os motivos mais crediveis. Habituados como estamos a que mintam... Olhem, falem "prái" até corrermos com eles!

Em reportagens telefónicas entre rádios portuguesas e moradores portugueses em Bissau nunca eles declararam sentir-se ameaçados, nem demonstraram estar ansiosos pela chegada dos militares que supostamente os iriam defender oito horas após começar o “banho de sangue”. E como seria? Uma vez em território guineense, a ser invadido por tropas portuguesas na missão de salvamento, os militares guineenses abririam alas aos invasores portugueses, sem resistência? Rambos? Só nos filmes. Já que este governo é constituído por um bando de mentirosos os militares devem deixar-lhes por inteiro essa tarefa. É muito importante utilizar sempre a coluna vertebral, infelizmente existem os que se esqueçem. (Redação PG – AV)

1 comentário:

Anónimo disse...

PORTUGAL O QUE ESTÁ A FAZER NA CPLP PARA ALÉM DA "LÍNGUA"?


1 ) É condenável sempre um golpe militar e este também, por que não há substância suficiente para tal, como houve por exemplo no caso histórico do 25 de Abril!

2 ) É muito estranho contudo o seguinte: é precisamente na ocorrência dum golpe em que não houve derramamento de sangue que se aprontou a maior esquadra portuguesa de sempre nas últimas décadas!

3 ) Isto reflecte quanto o poder em Portugal está a ser filtrado por gente que se identifica com os conceitos de intervenção da NATO em qualquer parte do mundo, pois neste caso também são esses os conceitos que eastão a ser aplicados!

4 ) Se Portugal não consegue "emancipar-se", mantendo a submissão a um quadro de referência dessa natureza e aproveitando-se de argumentos ambíguos ao sabor da corrente dominante, então PORTUGAL O QUE ESTÁ A FAZER NA CPLP PARA ALÉM DA "LÍNGUA"?

5) Este "múscuclo" todo, com a cobertura dum argumento ambíguo e com um potencial muito superior à ameaça é uma afronta adicional a África e aos outros CPLP, na sequência de outras ingerências de países da NATO, entre eles o caso da Líbia!

6 ) Para além da legitimidade em relação à questão sobre quem vai pagar a "odisseia", há toda a legitimidade em sustentar que África deve obstruir todo e qualquer tipo de ingerências deste género: são evidentes os prejuízos que isso tem vindo a acarretar para o Continente e é preciso pôr cobro a esse tipo de soluções.

7 ) Uma vez mais Cabo Verde "deu o corpo ao manifesto" e "facilitou" a "odisseia": fez parte da ambiguidade criada e mantém uma atitude de prontidão para mais ingerências similares!

PAZ SIM, NATO NÃO!

CUBA PARA A CPLP!

Martinho Júnior.

Luanda.

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