terça-feira, 22 de maio de 2012

A LÍNGUA PORTUGUESA EM TIMOR-LESTE


Tudo tem um preço para os capacitados na falsidade (PG)

A língua portuguesa é que nos junta e une. Mais do que um passado histórico comum, o Português é a herança dos séculos dos países africanos, do Brasil, de Timor. No caso de África, o Português serve como língua de união do País em face dos dialectos falados pelas diferentes etnias ou de afirmação regional perante vizinhos (o caso da Guiné-Bissau, por exemplo, um “enclave” lusófono perante vizinhos francófonos). Em Timor-Leste, o Português era a língua da resistência ao invasor, que diferenciava os apoiantes à integração indonésia, que falavam bahasa, ou dos timorenses que falam tétum.

Esta semana, o novo Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak dizia ao Público que a opção pelo Português era uma opção política e estratégica. Na segunda-feira, perante o Chefe de Estado Português, repetiu-o, ao afirmar que “o Português está para ficar”.

É com agrado que vejo estas declarações, mas estranho que a opção dos timorenses passe por ensinar o Português como língua estrangeira e não como língua nacional/oficial. Reconheço que o caminho é longo e penoso, num País onde falta tudo e onde o ensino do Português é, na sua maioria, prestado por professores que vêem de cá. Só temo mesmo é que este caminho torne a Língua Portuguesa ainda mais residual, apesar da boa vontade e dos esforços de Taur Matan Ruak.

Opinião Página Global

A provável ingenuidade do autor de Corta Fitas, Francisco Mota Ferreira, deve impressionar qualquer de nós e com maior acuidade os ingénuos como ele. Perante as suas palavras, em confronto com as do novo presidente timorense, Taur Matan Ruak, devemos vislumbrar um ditado português que Taur desperta e que os portugueses deviam recordar: “Com papas e bolos se enganam os tolos”. As “papas e os bolos" estão a ser servidos por Taur, os tolos são os portugueses.

Segundo os ingénuos a mensagem que Taur envia a Portugal é a de que “o português veio para ficar”, em Timor. Foi o que apreenderam para que suas almas penadas se sentissem reconfortadas. Mas essa é a parte que nem tem lógica nem é parente da história e da realidade: é que o português nunca saiu de Timor-Leste e quando levou vantagem a resistência usava o português para comunicar e para resistir ao invasor indonésio. É agora e desde há tempos que o português só serve para atrapalhar e por isso está a ser combatido à socapa quase com as mesmas intenções usadas pela Indonésia quando se apossou daquela parte da ilha que hoje é Timor-Leste.

Para o PR timorense - um servidor do eterno comandante Xanana que gere a corrupção do país e combate o que se opõe aos interesses de uma elite corrupta que ele próprio construiu – é bem claro que a língua portuguesa é estrangeira e que vai ser tratada assim até que ao longo de décadas seja praticamente inexistente. Ele só chamou a si esta estratégia porque obedece a ordens dos que o escolheram para ser candidato e eleito PR, os mesmos que lhe pagaram a campanha eleitoral e lhe acenam com um futuro promissor, a ele e à sua futura linhagem.

Aquelas palavras de Taur devem ser escutadas e interpretadas com real significado não queremos o português em Timor-Leste para além de níveis que possam suplantar o inglês. Essa foi a mensagem para o lóbi anglófono que afinal é também seu dono e senhor numa dimensão que nem Taur sequer imagina. Ele teve de o fazer. Ele teve de o dizer… E nem pareceu forçado ou contrariado. Logo, está a trair a história e a trair-se a ele próprio. Essa postura não é inédita em Timor-Leste. Xanana Gusmão já o fez há bastante tempo.

Quando Taur compôs o ramalhete e rematou que o português “está para ficar” foi no final da sua dissertação. Exatamente para ter o efeito do Valium, o efeito que está a fazer dos portugueses zumbis e tolos quando se agarram a essa frase para se confortarem. O que Taur quer dizer é que a língua portuguesa em Timor-Leste "já era" mas que Portugal por enquanto ainda dá um certo jeito a Timor-Leste e que portanto vamos usar tudo que possamos usar do país em nosso proveito e depois podem ir bugiar ou morrer longe. Se querem constatar a prova disto esperem até ver Xanana Gusmão e a sua panóplia de corruptos serem eleitos e ocuparem as cadeiras do governo que sair das eleições legislativas a realizar dentro de poucas semanas. Com um “yes man” (Taur) que tem de pagar a fatura por conseguir o cargo de PR é agora que Xanana Gusmão (Ferdinando Marcus adaptado a este século) e Kirsty Sword (Imelda do mesmo século) vão longe, acompanhados da sua corte.

Não é uma questão de língua, é uma questão de dólares e outros bens terrenos em proveito próprio. E o povo cada vez mais longe das comemorações, dos ministérios e do “palácio” presidencial. Foi para isto que Taur foi eleito e o povinho continua sedado com o mesmo Valium que os portugueses estão a ingerir em dose menor. Na qualidade de timorense e de portuguesa tenho aqui avisado. Uma vez mais aqui fica um novo aviso. Provavelmente até será o último aviso porque o futuro ao nosso omnipotente Criador pertence. (Redação PG – ALM)

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7 comentários:

Anónimo disse...

O meu post está longe de ser ingénuo. Portugal tem tido o "fardo" de Timor ao longo de décadas, primeiro como suposta potência administrante, depois como suposto "responsável" pelo nascimento do primeiro país do século XXI. Estamos longe, como sempre estivemos, mesmo quando TL era Província Ultramarina. A força da Indonésia e da Austrália na região não se compara nem se pode comparar com a presença portuguesa e os supostos laços que existem entre os dois países. A manutenção do Português era um desejo, uma vontade, se assim quiser. Mas num País que mal fala esta língua, acreditar que os timorenses serão luso-falantes agora ou no futuro é uma miragem. Comparando o que não é comprável, um pouco o que aconteceu em Macau...

Cumprimentos,

Francisco Mota Ferreira

Anónimo disse...

TIMOR FORA DA CPLP!

platao disse...

A questäo do ensino e difusão da língua portuguesa em Timor Leste deve ser abordada no sentido pedagógico-linguístico, tendo como primeira referência a realidade do passado colonial nesta matéria ligando-a à realidade presente. Emoçōes, affectos e desafectos, serão entretanto bem vindos caso não perturbem a essência do urgente debate.
Nenhuma língua, não sendo efectivamente materna, deve ser ensinada como send-o.

platao disse...

A questäo do ensino e difusão da língua portuguesa em Timor Leste deve ser abordada no sentido pedagógico-linguístico, tendo como primeira referência a realidade do passado colonial nesta matéria ligando-a à realidade presente. Emoçōes, affectos e desafectos, serão entretanto bem vindos caso não perturbem a essência do urgente debate.
Nenhuma língua, não sendo efectivamente materna, deve ser ensinada como send-o.

Anónimo disse...

Esqueceu dizer que tolos são de igual os brasileiros que se esforçam por levar ao Timor a nossa língua comum. É sim, são já muito milhões que estão deslizando para o brego. Estamos sendo ludibriados por esses capangas do Timor. Ficamos vendo.

Anónimo disse...

Os brasileiros que aí ensinam o português estão em função de acordos bilaterais. pessoalmente acredito que as medidas para o letramento dos jovens e crianças timorenses são corretas. O Português irá surgir à medida que a escola portuguesa se difundir no território e conviverá de igual maneira com outras línguas timorense que é outra riqueza a ser preservada

Anónimo disse...

Eu acho que a questão da expansão do português em Timor Leste é uma questão séria que deve ter em consideração por todos nós. Cabe a quem tem essa competência de saber ministrar para que essa língua seja aprendida e útil pra todos nós. Não devemos apontar culpa a ninguém mas, o importante é que trabalhamos juntos para construir o país através da Língua portuguesa....

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