terça-feira, 8 de maio de 2012

NOTÍCIAS DE MOÇAMBIQUE EM COMPACTO




Dez pessoas detidas por roubo e venda de fármacos em Manica

Chimoio, Moçambique, 08 mai (Lusa) - A policia moçambicana deteve pelo menos 10 pessoas, incluindo funcionários da saúde, afetos ao depósito de medicamentos, por roubo e venda ilegal de fármacos em Manica (centro), disse hoje à Lusa fonte policial.

Belmiro Mutadiua, porta-voz da polícia em Manica, disse que nos últimos cinco meses, as operações policiais, para desmantelar redes de venda de medicamentos, desviados do circuito oficial para mercados paralelos, incluíram a apreensão de toneladas de fármacos, entre antimaláricos, antibióticos, anestésicos e analgésicos, de uso exclusivo dos serviços de saúde públicos.

"Na ultima operação, a 04 de maio, detivemos três indivíduos, incluindo um funcionário do depósito de medicamentos provincial, que desviaram 50 ampolas de canimicina e 50 de penicilina-bezentinica, que seriam introduzidos no mercado informal", disse à Lusa Belmiro Mutadiua, admitindo a necessidade de operações de rotina.

A ação policial incidiu nos distritos de Gondola, Manica, Sussundenga e na cidade de Chimoio, onde se concentram os focos de venda ilegal de medicamentos, algumas vezes administrados em pacientes em barracas improvisadas, pelos comerciantes, sem qualquer prescrição médica.

"Ainda estamos a investigar para ver se há mais funcionários de saúde envolvidos no esquema de roubo de medicamentos, no âmbito da desmoralização de venda ilegal e a proliferação de fármacos no (mercado) informal e desmantelar a rede de roubo de medicamentos que lesa o circuito oficial", disse Mutadiua.

Em paralelo às operações policiais, as autoridades de saúde em Manica estão empenhadas em campanhas para desencorajar a população a aderir aos medicamentos à venda no mercado informal, pois a sua administração "pode prejudicar a saúde".

AYAC.

Nova Presidente do Malaui em Maputo entre 12 e 14 de maio

Maputo, 08 mai (Lusa) - A nova Presidente do Malaui, Joyce Banda, vai visitar Moçambique entre 12 e 14 de maio, para conversações com as autoridades moçambicanas sobre temas da cooperação bilateral, informou hoje a presidência moçambicana.

Joyce Banda, que ascendeu à presidência do Malaui em abril, na sequência da morte do anterior chefe de Estado Bingu wa Mutharika, vai manter um encontro com o homólogo moçambicano, Armando Guebuza, além de liderar as conversações oficiais bilaterais.

Depois de morte de Bingu wa Mutharika, o Governo moçambicano empreendeu simbolicamente um gesto de normalização das relações bilaterais com o Malaui, oferecendo combustível e alimentos para as cerimónias fúnebres de Mutharika.

Com Bingu wa Mutharika, Maputo manteve uma relação crispada, devido a alguns incidentes ocorridos entre os dois países, como a tentativa do Malaui de testar unilateralmente a navegabilidade do rio Zambeze, a partir do Porto de Nsage, no Malaui, como forma de encurtar e embaratecer os custos das importações através dos portos moçambicanos de Nacala e Beira.

O falecido chefe de Estado malauiano interrompeu abruptamente uma visita a Moçambique, depois de o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, ter exigido explicações sobre uma incursão da polícia malauiana num posto da guarda de fronteira moçambicana, na província de Niassa, norte de Moçambique, provocando ferimentos em alguns polícias moçambicanos.

PMA.

Ajuda externa para luta contra SIDA baixa de 2,5 ME para 825 mil euros

Maputo, 08 mai (Lusa) - O apoio dos parceiros internacionais ao Conselho de Combate à SIDA de Moçambique baixou de 2,5 milhões de euros para 825 mil, disse hoje o ministro da Saúde moçambicano, Alexandre Manguele.

Apesar de o índice de seroprevalência ter diminuído de 16 para 11 por cento na faixa etária dos 15 aos 45 anos, o VIH/SIDA continua a ser um dos problemas de saúde pública mais sérios em Moçambique.
Num encontro com os parceiros externos nos programas de combate à SIDA, o ministro da Saúde moçambicano afirmou que o país deve procurar alternativas à redução drástica da ajuda internacional ao Conselho de Combate à SIDA, entidade governamental que coordena as ações de combate à doença no país.

"Apesar do corte no financiamento, é possível encontrar alternativas de financiamento aos programas de combate à SIDA", afirmou Alexandre Manguele, sem especificar as opções disponíveis para manter os apoios.

Presentes na reunião, organizações não governamentais vocacionadas para o combate ao VIH/SIDA defenderam a criação de um banco de solidariedade, para a angariação de fundos para o combate à doença.

PMA.

Porta-voz dos Desmobilizados detido desde fevereiro "para ser julgado outra vez pelo mesmo crime"

Maputo, 08 mai (Lusa) - O porta-voz do Fórum dos Desmobilizados de Moçambique, Jossias Matsena, "está detido ilegalmente desde fevereiro" na cadeia de máxima segurança de Inhambane, aguardando um "segundo julgamento pelo mesmo crime", denunciou hoje o seu advogado.

Salvador Camate disse à agência Lusa que o seu cliente está "detido ilegalmente", na medida em que é acusado de ter cometido um crime pelo qual já foi julgado e absolvido em Maputo.

Jossias Matsena é acusado pelo Ministério Público da província de Inhambane (sul) de, juntamente com outros desmobilizados, possuir esconderijos de armas e de incitar à violência, acusações desmentidas pelo seu advogado.

"Isso é tudo forjado. Não há nenhum elemento que consubstancie essas acusações", disse à Lusa Salvador Camate, para quem o objetivo do governo moçambicano "é tirar de cena" o porta-voz do Fórum dos Desmobilizados de Moçambique.

A Lusa tentou obter uma reação da procuradoria provincial de Inhambane, mas uma fonte ligada ao inquérito escusou-se a responder, alegando que os jornalistas não são partes interessadas no processo.

Em novembro de 2011, o porta-voz do Fórum dos Desmobilizados foi preso, presente ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo e absolvido dois dias após ser detido, num processo sumário que a Liga dos Direitos Humanos de Moçambique considerou "obscuro".

Em contacto telefónico hoje com a Lusa, Jossias Matsena acusou as autoridades moçambicanas de "perseguição", violando a Constituição ao pretender julgá-lo pela segunda vez pelo mesmo crime.

"Estou a ser perseguido", disse Jossias Matsena, ex-militar das tropas governamentais durante a guerra civil que, de 1976 a 1992, opôs o governo da Frelimo à guerrilha da Renamo.

Há mais de um ano que o Fórum dos Desmobilizados de Moçambique reivindica o pagamento de uma pensão mensal de 12.000 meticais (cerca de 300 euros) e um encontro com o Presidente da República, que constitucionalmente é o comandante em chefe das Forças Armadas de Moçambique, que responde também pelos desmobilizados.

Jossias Matsena foi um dos rostos da concentração de 1.500 pessoas, na maioria desmobilizados de guerra, que, em novembro, denunciaram ao Presidente moçambicano, Armando Guebuza, a suposta criação de brigadas pelos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) para amedrontar os "veteranos", que ameaçavam manifestar-se à escala nacional.

Jossias Matsena contou à Lusa que era perseguido pelos serviços secretos "mesmo nos chapas" (transportes semi-coletivos de passageiros) e que a ação era extensiva a "todos os membros" do Fórum dos Desmobilizados.

MMT

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