quarta-feira, 16 de maio de 2012

PM deposto da Guiné-Bissau diz que situação é "passageira e "não pactua com atos ilícitos"



SBR - Lusa

Lisboa, 16 maio (Lusa) - O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau considerou hoje em Lisboa que a situação no país é "passageira", realçando que "não pactua com atos ilícitos".

Questionado pelos jornalistas, à saída de uma reunião na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sobre a indicação de Rui Barros para chefiar um governo de transição da Guiné-Bissau, hoje anunciada, Carlos Gomes Júnior disse que "o PAIGC já se posicionou sobre isso e não pactua com atos ilícitos".

Lembrando que foi "legitimamente eleito" para o cargo de primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior assumiu "a responsabilidade de voltar" ao país "logo que sejam tomadas as diligências necessárias".

Quando questionado sobre se ficará em Portugal até que "aquelas diligências sejam tomadas", Carlos Gomes Júnior disse que sim, mas referiu acreditar que será por pouco tempo.

Sobre a atuação das organizações internacionais face à situação gerada pelo golpe de Estado militar na Guiné-Bissau a 12 de abril, Carlos Gomes Júnior defendeu que a discussão se produza "no seio das Nações Unidas", escusando-se a criticar diretamente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que propôs novas autoridades de transição guineenses em detrimento dos dirigentes eleitos.

Frisando que a Guiné-Bissau é membro da CEDEAO, o primeiro-ministro reconheceu que existem "soluções que podem ser tomadas" com as quais nem sempre se está de acordo e "das quais se pode reclamar".

Junto à CPLP, cerca de duas centenas de cidadãos guineenses, receberam com saudações e palmas Carlos Gomes Júnior bem como Presidente interino, Raimundo Pereira, também deposto pelo golpe militar.

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