SBR - Lusa
Lisboa, 26 jun (Lusa) - Angola, Moçambique e Timor-Leste aderiram hoje ao movimento da sociedade civil que se opõe à adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Em comunicado, a Plataforma Portuguesa das ONGD (organizações não governamentais para o desenvolvimento), uma das fundadoras do coletivo, informou que o movimento "Por uma Comunidade de Valores", anunciado no dia 11 deste mês, registou a adesão de três novas organizações das sociedades civis de Angola, Moçambique e Timor-Leste: a organização Maka Angola, liderada pelo ativista Rafael Marques, o Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais (CEMO) e o Fórum das ONG de Timor-Leste (FONGTIL), respetivamente.
A campanha, que já contava com a participação de organizações da sociedade civil de quatro outros membros do bloco lusófono -- Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe --, pretende sensibilizar os chefes de Estado e de Governo da CPLP, bem como o secretário executivo da organização, Domingos Simões Pereira, para que rejeitem o pedido de adesão da Guiné Equatorial, que deverá ser discutido na próxima cimeira, marcada para 20 de julho, em Maputo, Moçambique.
Henriques Viola, diretor executivo do CEMO, justificou a adesão à campanha por entender que "a adesão da Guiné Equatorial configuraria um verdadeiro retrocesso, na medida em que está claro que a Guiné Equatorial é uma ditadura com alguns salpicos de democracia, numa tentativa de ludibriar a comunidade internacional".
Guilherme Soares, da direção da FONGTIL, disse que "as nações que pretendam aderir à CPLP, ou a outros organismos semelhantes, devem primeiro melhorar a sua atuação no campo do respeito pelos direitos humanos".
O movimento "Por uma Comunidade de Valores" -- uma iniciativa inédita de concertação entre representantes da sociedade civil dos países de língua portuguesa -- enviou uma carta, no dia 11 de junho, aos líderes dos vários países da CPLP, apelando para que rejeitem o pedido de adesão do país africano liderado por Teodoro Obiang.
O movimento reclama que a CPLP adote critérios mais rigorosos de liberalização política e respeito pelos direitos humanos na avaliação de países candidatos à adesão.
Entre as agora 13 instituições que aderiram à iniciativa (www.movimentocplp.org) estão cinco plataformas nacionais, que representam centenas de organizações não-governamentais. Além da Plataforma Portuguesa de ONGD, fazem parte do coletivo as portuguesas ACEP (Associação para a Cooperação entre os Povos), CIDAC (Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral), Oikos-Cooperação e Desenvolvimento e TIAC (Transparência e Integridade, Associação Cívica).
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