RTP - Lusa
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, é ouvido hoje no parlamento no âmbito da Comissão de Inquérito à nacionalização e privatização do BPN.
À frente do supervisor bancário desde julho de 2010, Carlos Costa não esteve envolvido na decisão de nacionalização do BPN, em 2008, mas deverá ser questionado enquanto responsável atual pela supervisão do sistema bancário, assim como acerca do processo que corre na instituição sobre o BPN.
O atual governador é a oitava personalidade a ser ouvida pelos deputados da segunda comissão de inquérito ao BPN, depois da realizada em 2009, e segue-se a nomes como o governador do Banco de Portugal à altura na nacionalização, Vitor Constâncio, e o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos.
A segunda comissão de inquérito ao BPN foi decidida em meados de março, por consenso entre as iniciativas do PS, com a concordância do PCP, do Bloco de Esquerda, dos Verdes (PEV), e da maioria PSD/CDS-PP, num processo que obrigou à intervenção da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves.
Os deputados pretendem, com esta comissão, investigar a nacionalização do banco em 2008 e o processo que se seguiu de alienação do banco, desde as tentativas falhadas em 2010 até à concretização da venda ao angolano BIC já este ano, por 40 milhões de euros, incluindo saber se o contrato de venda da instituição "acautela o interesse público".
Os deputados tentam ainda perceber as razões que levaram o Governo a não optar pela integração do BPN na Caixa Geral de Depósitos (CGD) ou mesmo pela sua liquidação. Os recursos públicos gastos com todo este caso é um dos temas que mais centra as atenções.
O BPN foi nacionalizado em novembro de 2008, por proposta do segundo Governo de José Sócrates, após serem conhecidas diversas irregularidades financeiras. Ao longo dos últimos quatro anos, além do impacto nas contas nacionais, o BPN tornou-se um processo político e judicial.
A audição de Carlos Costa tem início marcado para as 14h30, no parlamento.
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