sábado, 16 de junho de 2012

Portugal: “PS NÃO PODE CONTINUAR EM CIMA DO MURO”



Diário de Notícias - Lusa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou hoje as declarações do PS sobre a moção de censura, e desafiou os socialistas a fazerem uma opção e a assumirem se estão a favor ou contra a política do Governo.

"O PS tem de fazer uma opção e não pode continuar em cima do muro. Nesse sentido, as declarações [socialistas após o anúncio da moção] não foram muito felizes. Mostram uma grande hesitação, confusão e acima de tudo uma grande cumplicidade com esta política, particularmente com o pacto de agressão", afirmou Jerónimo de Sousa, à margem da manifestação da CGTP que decorreu hoje à tarde em Lisboa.

O PCP apresentou na sexta-feira na Assembleia da República uma moção de censura ao Governo, tendo o secretário-geral do PS, António José Seguro, respondido que "o que mais faltava ao país era que se criasse uma crise política neste momento". O líder socialista escusou-se a confirmar se o partido vai ponderar entre a abstenção e o voto contra.

"Quando apresentámos a moção de censura não tivemos o PS como centro das nossas preocupações. A nossa moção é contra esta política, o pacto de agressão e o Governo. Mas o PS tem de assumir se está do lado desta política ou contra ela", desafiou o líder do PCP.

Jerónimo de Sousa faz ainda uma avaliação negativa de um ano de Governo de Pedro Passos Coelho.

"O país está mais endividado, mais dependente, com mais injustiças, mais desemprego e pobreza. A nossa moção [de censura] tem por base a realidade em que vivemos e corresponde ao sentimento da maioria dos portugueses. É bom que o povo perceba que desta forma o Governo vai dar cabo do resto. É preciso uma rutura e uma mudança", defendeu.

O secretário-geral do PCP mostrou-se agradado com a presença dos milhares de pessoas que hoje participaram na manifestação organizada pela CGTP, mas preferiu não adiantar um número.

Jerónimo de Sousa considerou a manifestação como mais uma forma de censura ao Governo, garantindo que será sempre mais um a lutar ao lado dos trabalhadores.

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