quarta-feira, 4 de julho de 2012

Empresários portugueses reiteram preocupação sobre vistos a ministro Santos Pereira



NME - Lusa

Luanda, 04 Jul (Lusa) - O problema na concessão de vistos foi a principal preocupação manifestada hoje ao ministro português da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, durante um encontro que manteve em Luanda com empresários portugueses e angolanos.

Álvaro Santos Pereira, que chegou hoje a Luanda para uma visita de trabalho de três dias que tem como objetivo continuar a melhorar as relações económicas entre Portugal e Angola, dirigiu o fórum que serviu para auscultar as preocupações do empresariado português e angolano.

Segundo o ministro, existe uma agenda por parte dos Governos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para o aprofundamento da cooperação e integração económica, dos fluxos de investimento e de comércio entre os Estados membros.

"A Declaração de Luanda (aprovada em maio deste ano no primeiro encontro de ministros da Economia da CPLP) tem exatamente a intenção de promover fóruns como este, em que os empresários e as empresas dizem aos governos [as suas preocupações] e nos ajudam a pôr no terreno rapidamente medidas concretas para vos facilitar a vida e promover investimentos nos vários países da CPLP", referiu o ministro.

Na sua intervenção de abertura dos debates, Álvaro Santos Pereira fez igualmente referência aos progressos que têm registado as conversações relativamente à cooperação na área do ensino técnico profissional, em que Portugal atravessa um processo de aprofundamento do seu sistema de aprendizagem.

Relativamente à questão dos vistos, que vários dos empresários presentes manifestaram dificuldades e transtornos devido à demora e burocracia na sua concessão, Álvaro Santos Pereira disse que estão a haver reuniões regulares de avaliação de aplicação do acordo de facilitação assinado há cerca de um ano entre os dois países.

"Está a ser debatido a nível da CPLP a criação de uma espécie de vistos empresariais, nomeadamente mesmo ao nível de aeroportos - obviamente está-se a falar de discussões preliminares -, mas a questão já está a ser feita e achamos que é importante que se possa agilizar todos esses procedimentos", disse o ministro.

"Obviamente que quando essas demoras acontecem, quer cá e quer lá, quem perde são os nossos países, os nossos empresários, investidores, por isso é que esta agenda económica da CPLP é importante. É fundamental que a agenda económica seja o tema dominante da CPLP", sublinhou Álvaro Santos Pereira.

Durante o encontro, outras preocupações ligadas a concessão de linhas de crédito da COSEC, a entrada de mais indústrias em Angola e a cobrança de alguns pagamentos atrasados por parte do Estado angolano aos empresários portugueses preencheram a lista de inquietações.

No final do encontro, o empresário angolano José Leitão Ribeiro, do Grupo Gema, uma sociedade de gestão e participações financeiras, considerou em declarações à Lusa, importantes e úteis as parcerias entre empresas angolanas e portuguesas.

"Essas parcerias são úteis na medida em que se divide o risco e se aumenta a capacidade técnica e financeira para podermos desenvolver projetos em curso nas várias áreas", frisou o empresário que aproveitou a oportunidade para expor ao ministro preocupações do grupo com relação a financiamentos bancários através de bancos portugueses.

Por sua vez, João Monteiro, assessor do Conselho de Administração da EIP (Eletricidade Industrial Portuguesa), empresa instalada em Angola há mais de 35 anos, considerou de "extrema importância" o encontro, que demonstra a preocupação do Governo português relativamente à internacionalização das empresas portuguesas.

"É evidente que há uma questão que foi aqui falada, mas que a solução ainda não apareceu que é a forma dos financiamentos e da forma como podemos materialmente ter esta internacionalização que é muito importante para todos nós", asseverou.

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