quarta-feira, 18 de julho de 2012

FRETILIN NARRA EM COMUNICADO O ASSASSINATO DE JOVEM TIMORENSE PELA PNTL




FRETILIN - COMUNICADO DE IMPRENSA

BANCADA PARLAMENTAR DA FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE - FRETILIN

Sede: Avenida dos Mártires da Pátria, Comoro, Dili, Timor-Leste Assunto: Comunicado de Imprensa sobre o crime cometido por agentes da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) do posto de Hera e que ceifou a vida de um militante da FRETILIN, Armindo Pereira Soares, no dia 16/7/2012, em Hera, sub-distrito de Metinaro, Distrito de Díli. 

Através deste Comunicado de Imprensa, a bancada parlamentar da FRETILIN informa aos media e ao público em geral que, na sequência da morte a tiro de Armindo Pereira Soares, militante da FRETILIN, em Hera, às 9H00 do dia 16/7/2012, causada por agentes da PNTL, o Comité Central da FRETILIN enviou imediatamente ao local do crime uma equipa de investigação composta pelos seguintes elementos:

1) Domingos Maria Sarmento, Presidente da Comissão Nacional da Jurisdição;

2) José Agostinho Sequeira ‘Somoxo’, Vice-Presidente da Associação dos Antigos Combatentes e Veteranos da Luta de Libertação Nacional e

3) José Guterres, Advogado Timorense.

Os factos averiguados por esta equipa quanto à morte a tiro do militante da FRETILIN acima referido, são os seguintes:

1. Na noite do dia 15 de Julho de 2012, registaram-se de facto alguns distúrbios designadamente a queima de rodas nas estradas públicas, gritos e apedrejamento entre grupos. Contudo, na manhã do dia 16 de Julho de 2012, entre as 6H00 e as 9H00, a vida na aldeia Mota Kiik voltara à normalidade. Durante este período, não houve distúrbios de espécie nenhuma ou de qualquer cenário de apedrejamento ou de queima de rodas nas estradas.

2. Porque a situação tinha voltado à normalidade, Armindo Pereira Soares (vítima) dirigiu-se ao local de paragem de autocarros, a cerca de 5 a 10 metros da residência da tia, afim de apanhar transporte que o levaria de volta a Díli para continuar a frequentar o seu curso na Universidade de Dili (UNDIL). De acordo com a informação recolhida pela equipa, Armindo Pereira Soares residia em casa do seu irmão, Abel Ximenes, em Becora/Dili. No dia 14 de Julho (sábado), deslocou-se a Hera afim de receber o apoio financeiro da tia, a Sra. Ana Senhorinha Alves, aliás Bilesa, veterana da Luta de Libertação Nacional, para o pagamento de propinas da Universidade.

3. Armindo Pereira Soares encontrava-se no local de paragem de autocarros quando se lembrou que tinha deixado o dinheiro das propinas na mesa do jantar. Disse ao seu colega Joanico Freitas que teria que voltar à casa da tia. Estava caminhando em direcção à casa da tia quando uma viatura policial do posto de Hera se dirigia a grande velocidade ao local de paragem de autocarros transportando entre 5 a 10 agentes policiais. Antes de a viatura chegar ao tal local de paragem de autocarros, soaram tiros de aviso policial. Os agentes policiais decidiram estacionar a viatura e actuar no local. Armindo Pereira Soares continuou a caminhar, em passos normais, até à casa da tia. Já se encontrava em casa da tia quando os três agentes policiais fizeram incursão à residência. Dois dos três agentes já foram identificados, designadamente o agente Agostinho Cardoso e o agente Mário. O cenário de perseguição de Armindo pelos três agentes policiais foi testemunhado pela sua tia, a Sra. Ana Senhora Alves ‘Bilesa’ que, naquele momento, estava sentada junto à porta da varanda da casa.

4. Os três agentes policiais acima referidos entraram, portanto, em casa da veterana Bilesa sem a sua autorização. Os três agentes espancaram o Armindo Pereira Soares na cabeça e nas costas com a cassetete apesar de o moço ter retorquido: “ Estou inocente, estou inocente”. Essa acção brutal dos agentes policiais causou ferimentos graves na cabeça do Armindo Pereira Soares com derrame de sangue na varanda da casa. Depois dessa agressão física, Armindo Pereira Soares foi arrastado da casa até à margem da estrada pelos três agentes. Esse tratamento brutal e desumano por parte dos agentes da PNTL foi testemunhado pela tia da vítima, a veterana Bilesa e pelo Senhor Joanico Menezes.

5. O agente policial Agostinho Cardoso decidiu, entretanto, utilizar a sua pistola, dando um tiro no pé do Armindo Pereira Soares, quando já se encontravam à beira da estrada. Da varanda da sua casa, a senhora Bilesa assim como o senhor Joanico Menezes puderam testemunhar também a cena do tiro, dada a pouca distância a que se encontravam do local do acontecimento.

6. Os restantes agentes ajudaram a arrastar o Armindo em direcção à viatura policial. Um deles pontapeou-o enquanto outros o agarravam pelo ombro e o empurravam para dentro da viatura. O agente Mário, empunhando a sua pistola, alvejou a vítima no abdómen. De acordo com as declarações de Martinho da Silva (negociante de vestuário, à beira da estrada) e Jacinto, que testemunharam de perto a cena do tiro cometida pelo agente Mário, Armindo foi alvejado no abdómen (lado direito). Na sequência dessa agressão física, que se traduziu no espancamento com cassetete, tiro no pé e no abdómen, ARMINDO PEREIRA SOARES, acabou por falecer a caminho de Díli, dentro da viatura da PNTL.

7. De acordo com os factos averiguados pela equipa de investigação mandatada pelo Comité Central da FRETILIN, concluiu-se que os referidos agentes da PNTL não actuaram com profissionalismo e imparcialidade tendo demonstrando apenas a sua crueldade e desumanidade traduzidos no espancamento e assassinato a tiro de um cidadão inocente.

8. Essa acção criminal dos agentes da PNTL deverá ser processada de acordo com as leis devendo os responsáveis ser punidos de uma forma justa e, se for comprovada a sua culpabilidade em Tribunal, deverão ser demitidos da instituição PNTL.

Dili, aos 18 de Julho de 2012

*Foto em Timor Hau Nian Doben

7 comentários:

Anónimo disse...

Caro António Verissimo,

A Fretilin fez aquilo que a PNTL, não fez, tentar averiguar a verdade. Trata-se de um acto de cobardia de 2 policias, que deveriam já estar presos para averiguações e irradiados da PNTL.
Em Comoro tanta confusão e não foi preciso matar ninguém, em Hera uns pneus queimados e esses policias utilizam as armas do Estado para matar o seu próprio povo.
Era com esses policias que a Dona Zizi Pedruco deveria estar zangada e não politizar a situação entre CNRT e Fretilin.

Beijinhos da Querida Lucrécia

Anónimo disse...

Jerasaun foun FRETILIN eziji CNRT husu deskulpa ba FRETILIN

Geração nova da Fretilin, será que não dá para perceber que estão a perder o comboio, enquanto estão a discutir as desculpas, os Chineses e o Malaes estão a aproveitar nas vossas costas.
A quem serviu a violência de domingo passado?? Às oficinas de carros que estão a fazer uma pipa de massa a reparar os vidros.
Sejam mais inteligentes, palavras leva-as o vento e dediquem-se ao trabalho para que Timor seja um país bonito de se viver.
Ponham a vossa energia no trabalho e deixem-se de tretas.

Beijinhos da Querida Lucrécia

Página Global disse...

Querida Lucrécia

Concordo consigo. Claro. Desculpe não contribuir mais aqui mas com toda a sinceridade estou muito triste e furibundo com o caminho que Timor-Leste está a levar. Ainda mais por saber que a justiça não funciona e a manipulação e domínio do país por parte de sacanagem nem sequer vem ao conhecimento público. E depois ainda assassinam jovens... por quase nada! Meu Deus! Não foi isto que desejamos para Timor-Leste.

Cumprimentos

AV

Página Global disse...

Ah! E quanto a politizar ou não politizar... As coisas são mesmo assim. Diferenças de opinião, só, mais nada.

Por vezes, com razões, dá para nos passarmos dos carretos, Querida Lucrécia.

A Zizi é uma enorme timorense. Pode crer!

Vou.

AV

Anónimo disse...

Concordo no total com os comentários. Pessoas civilizadas não reagem com vandalismo. Em democracia devemos respeitar a decisão do Povo e não agarrar no nome do povo manipulando os ignorantes e pobres de espírito para assim se poderem sentir realizados. Deviam se sentir emvergonhados e deixarem de manipular os mais pobres de espirito. usem o dinheiro gasto para pagarem aos garotos para apedrejarem cidadaos incautos e inocentes. Aceitem a decisao do povo que tanto. Hipocritamente dizem defender. Que a democracia prevaleça

Anónimo disse...

Não é só a JUVENTUDE da Fretilin que está a perder o comboio mas todo o povo de Timor Leste. A Juventude em Timor Leste apreendeu mais nestes dez últimos anos em termos cívicos e sociais e intelectuais que muitos países ditos civilizados Continuem a lutar e se possivel agir pelo interesse publico e menos com interesse partidario corrompidos e corruptos ..... VIVA A FRETILIN POIS SEM ELA TIMOR JÁ ERA...

Anónimo disse...

Caro António Verissimo,

A Lucrécia mais uma vez foi passear pelos campos de Timor, nunca tinha visto tanta área de arroz plantada, este ano não pode haver fome.
Os jovens andam a passear, têm vergonha de ir ajudar os país na várzea de arroz, julgam que vão à escola e que já são gente importante.
Os velhos trabalham no arroz, o que fazer com esses milhares de jovens letrados que esperam por um trabalho à frente de uma secretária??
Esses jovens passeiam-se para cá e para lá nas aldeias, compram motas mas não entram no processo produtivo da sociedade, vão ser uma potencial fonte de conflito.

Beijinhos da Querida Lucrécia

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