segunda-feira, 2 de julho de 2012

Marcha lenta em Lisboa: Taxistas protestam hoje contra alterações nas regras de transporte



Público - Lusa

A Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) realiza nesta segunda-feira uma marcha lenta de táxis em Lisboa contra as novas regras aprovadas pelo Governo para este tipo de transportes.

Vindos de todo o país, os táxis vão concentrar-se às 10h00 junto ao parque Norte do Parque das Nações, de onde irão partir em marcha lenta até à residência oficial do primeiro-ministro, com uma paragem em frente ao Ministério da Saúde.

O descontentamento dos taxistas deve-se a questões como a “ilegalidade dos táxis para transporte de deficientes ou o aumento de tarifas”. “Nos últimos dois anos, a tarifa dos transportes públicos aumentou pelo menos quatro vezes, mas isso não se verificou nos táxis e os custos têm aumentado”, disse o presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida, que lamenta que o Governo não tenha atendido as reivindicações do sector.

Relativamente ao transporte de doentes não urgentes, o responsável criticou a portaria do Ministério de Saúde publicada em Maio que retira a exclusividade deste serviço às ambulâncias e aos táxis. Este serviço passou a ser permitido a veículos até nove lugares, bastando para isso ter duas placas identificadoras e o seu motorista possuir um curso de suporte básico de vida. A formação dos taxistas e o transporte de crianças são outras das questões que a ANTRAL precisa que sejam “resolvidas com urgência”.

Segundo a ANTRAL, são esperados cerca de 2 mil táxis e, durante o protesto, poderão existir condicionamentos no trânsito.

A propósito deste assunto, na semana passada, o deputado social-democrata Mendes Bota denunciou a existência de uma situação de “concorrência desleal” aos táxis feita por veículos ao serviço de agências de viagens e de empresas de animação turística, questionando o Governo sobre o tema.

“Nos últimos anos, a falta de uma regulamentação única no serviço de transporte de pessoas em veículos automóveis com lotação inferior a nove lugares tem vindo a dar azo a todo o tipo de abusos no aproveitamento deste segmento, nomeadamente por parte de agências de viagens e empresas de animação turística”, afirmou o deputado na questão dirigida ao Ministério da Economia e do Emprego.

Mendes Bota disse que as agências de viagens e as empresas de animação turísticas, “a coberto de certas lacunas na lei, têm vindo, na prática, a apropriar-se de um segmento de mercado originalmente exclusivo dos táxis”, que estão sujeitos “aos mais apertados requisitos, exigências e condições de acesso ao mercado”. O deputado do PSD afirma que muitos dos condutores ao serviço destas entidades não têm certificação profissional e que há viaturas que utilizam a designação de “táxi”.

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