quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ministro das Relações Exteriores russo acusa EUA de defenderem o terrorismo na Síria




Sandro Fernandes, Moscou – Opera Mundi

Em entrevista coletiva, Sergey Lavrov também afirmou que o Conselho de Segurança deveria condenar os atos de terror no país

O ministro de Exterior russo, Sergey Lavrov, afirmou nesta quarta-feira (25/07), em uma coletiva de imprensa em Moscou, que “a reação de Washington às explosões em Damasco é uma justificativa ao terrorismo”. O Departamento de Estado norte-americano anunciou na semana passada que “os atos terroristas não são uma surpresa à luz das ações do regime de Assad”.

Lavrov disse aos jornalistas que “a declaração americana é um endosso ao terrorismo. Como devemos entender isso?”. E continuou: “Não consigo encontrar palavras para expressar nossa atitude em relação a isso (à declaração do Departamento de Estado dos EUA).”

Lavrov também expressou sua surpresa pelo fato de o Conselho de Segurança da ONU se recusar a condenar os atos de terror na Síria. A representante permanente dos EUA na ONU, Susan Rice, afirmou que os atos terroristas em Damasco contribuem para acelerar a adoção de uma resolução sobre a Síria de acordo com o Capítulo 7 do Estatuto da ONU, o que implicaria sanções severas, incluindo o uso da força armada.

“Em outras palavras, esta declaração americana significa ‘Vamos apoiar esses atos de terrorismo até que o Conselho de Segurança faça o que nós queremos’”, comentou Lavrov sobre as ações do representante dos EUA.

Falando sobre as sanções unilaterais da União Europeia contra Damasco, Lavrov deixou claro que a decisão contradiz as resoluções tomadas pelo Conselho de Segurança da ONU e os acordos alcançados nas negociações em Genebra no mês de março.

“A Rússia defende a discussão coletiva de todas as questões. Infelizmente, quando a UE, os EUA e alguns outros estados começaram a adotar sanções contra a Síria, não fomos consultados”, disse Lavrov. O ministro de Exteriores russo ressaltou ainda que a comunidade internacional deve negociar e conversar com ambos os lados do conflito.

A crise na Síria começou em março de 2011 e já deixou mais de 9 mil mortos, segundo a ONU.

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