domingo, 22 de julho de 2012

Moçambique: Vice-PR brasileiro no arranque de operações da fábrica da antirretrovirais



LAS/TQ(FYRO) - Lusa

Maputo, 21 jul (Lusa) - O vice-Presidente do Brasil, Michel Temer, assistiu hoje ao arranque das operações de embalagem, armazenagem, controlo de qualidade e distribuição da Niverapina na fábrica de antirretrovirais, localizada na Matola, arredores de Maputo, capital moçambicana.

O empreendimento conta com o apoio do Governo brasileiro, no qual deverá desembolsar, até 2014, cerca de 23 milhões de dólares (cerca de 19 milhões de euros) para todo o projeto.

O início da laboração da fábrica de antirretrovirais em Maputo ocorreu também na presença do ministro da Indústria moçambicano, Armando Inroga.

Antes, Temer foi recebido pelo primeiro-ministro moçambicano, Aires Ali, a quem reafirmou o compromisso do Governo brasileiro de continuar a cooperar com o executivo de Maputo.

"Há uma cooperação muito boa nas áreas de saúde e recursos minerais. Neste momento, estamos estabelecendo uma relação muito estreita e as áreas de cooperação vão se alterando naturalmente", disse Temer, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, as exportações para Moçambique registaram um crescimento de 101 por cento em 2011 comparativamente ao ano anterior, para 81,2 milhões de dólares norte-americanos (67,5 milhões de euros).

No mesmo período, as exportações de Moçambique para o Brasil cresceram 104 por cento, para atingir 4,1 milhões de dólares (3,3 milhões de euros).

Moçambique exporta para o Brasil o alumínio não ligado em forma bruta, tabaco não manufaturado, minério de zircónio (zirconita), estatuetas de madeira e objetos de adorno, entre outros produtos.

Os principais produtos brasileiros vendidos a Moçambique foram aviões, frango congelado, carne fresca, reboques, semirreboques e tratores.

Temer participou na cimeira dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) realizada na última sexta-feira.

Em África, os grupos farmacêuticos privados já abriram pequenas unidades de produção de antirretrovirais, mas a fábrica moçambicana que hoje iniciou atividades é o primeiro estabelecimento público.

Fruto da transferência de tecnologia, a fábrica receberá 23 milhões de dólares de ajuda do Brasil e 4,5 milhões de dólares do gigante mineiro Vale implantado no país.

O Governo brasileiro considerou como uma inauguração o início da atividade da fábrica de antirretrovirais em Maputo, apesar de não ser essa a versão do Ministério dos Negócios Exteriores moçambicano.

"Vamos dar início no sábado às primeiras etapas e para nós isso é uma inauguração, mas o governo moçambicano não considerou. Eles querem chamar inauguração quando a fábrica estiver com todos seus trabalhadores e todas as etapas de produção em atividade", explicou na sexta-feira à Lusa Hayne Felipe da Silva, diretor-executivo do Farmanguinhos, o instituto de tecnologia em fármacos que representa o Governo brasileiro nesta operação.

Conforme explicou, hoje foram iniciadas as atividades de rotulagem de 3.255 frascos do medicamento Nevirapina, produzidos no Brasil, bem como a fase de validação dos equipamentos do setor de compressão.

Após os testes, serão fabricados lotes pilotos de comprimidos, que ficarão em análise até que o funcionamento das máquinas e a qualidade do medicamento produzido seja confirmado.

Moçambique conta com mais de 2,5 milhões de seropositivos, perto de 12 por cento da população.

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