Ex-militares agendam manifestações de rua para os próximos dias 25, 28 e 31
21 de Agosto de 2012, 13:18
Luanda, 21 ago (Lusa) - O coordenador da Comissão de Ex-Militares Angolanos (COEMA), general na reforma Silva Mateus, anunciou hoje em Luanda a convocação de três manifestações para os próximos dias 25, 28 e 31, para a reivindicação dos seus direitos.
No anúncio, feito em conferência de imprensa, Silva Mateus disse que a primeira manifestação, que coincide com outra anunciada pela União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA, oposição) para o mesmo dia, é de caráter nacional pelo que, defendeu, os ex-militares descontentes deverão nesse dia sair às ruas em todo o país.
"Esta manifestação coincide somente com outras convocadas por alguns partidos, nomeadamente a UNITA. Quero aqui deixar claro que a nossa saída à rua no dia 25 é somente coincidente com a data que a UNITA também proclamou", disse Silva Mateus.
Observação eleitoral em Angola "é um grande desafio" -- chefe missão SADC
21 de Agosto de 2012, 17:43
Luanda, 21 ago (Lusa) - A observação eleitoral em Angola, na sequência de uma anunciada manifestação de protesto contra a forma como o escrutínio está a ser organizado, constitui "um grande desafio", disse hoje o chefe da missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O desabafo de Bernard Membe, ministro dos Negócios Estrangeiros da Tanzânia e que lidera a missão de observação eleitoral da SADC às eleições gerais de 31 de agosto em Angola, foi feito no final de uma reunião de uma hora com a direção da UNITA, partido que convocou para sábado a manifestação de protesto.
A iniciativa visa protestar contra a forma, que a UNITA classifica como ilegal e inconstitucional, como a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana está a organizar o processo eleitoral.
"As manifestações são habituais em todo o lado, mas se conseguirmos resolver todas as questões antes do dia das eleições seria excelente", acrescentou Bernard Membe.
O chefe da missão de observação eleitoral da SADC disse ainda que o encontro com o presidente da UNITA Isaías Samakuva "teve boas discussões" e considerou que o partido do "Galo Negro" "está pronto para participar nas eleições".
"Apresentou-nos questões que devem ser consideradas e que vão levar à CNE, para se tomar uma decisão antes da manifestação que a UNITA pretende realizar", adiantou.
"As eleições em Angola são muito importantes e desejamos que sejam bem-sucedidas, porque todo o continente, todo o mundo, está a olhar para Angola e precisamos de um processo democrático, que seja seguido por outros países", disse Bernard Membe.
Pela UNITA falou à imprensa o porta-voz Alcides Sakala, que disse ser o primeiro encontro, que outros que vão acontecer e que um documento com as queixas da UNITA foi entregue já à missão da SADC.
"A SADC tem linhas orientadoras muito importantes e a nossa vontade é que esses princípios sejam incorporados no pensamento e na ação da CNE do nosso próprio país", salientou.
Sakala manifestou a esperança de que a CNE seja "suficientemente flexível" para entender a importância do processo eleitoral em Angola e disse que durante a reunião foi transmitida à missão da SADC a intenção de realizar uma manifestação no sábado, a apenas seis dias das eleições gerais.
Alcides Sakala reafirmou que a manifestação vai acontecer e que durante a semana serão divulgados à imprensa mais pormenores sobre o formato e rotas da iniciativa.
Instado a comentar a anunciada pretensão do MPLA, partido no poder, em realizar no mesmo dia uma contramanifestação, Sakala garantiu que a UNITA "não está preocupada.
"É uma posição que enquadramos em atos de intimidação", concluiu.
Entretanto, hoje em Luanda a CNE decidiu criar uma comissão que até quinta-feira avaliará as queixas da UNITA, após o que caberá à CNE tomar uma posição final.
A UNITA queixa-se, entre outros aspetos, da falta de divulgação dos cadernos eleitorais e da falta de garantias da distribuição de atas-síntese nas assembleias de voto a todos os delegados de cada um dos partidos concorrentes.
EL.
"Povo tem que continuar a acreditar no MPLA" -- José Eduardo dos Santos
21 de Agosto de 2012, 18:10
Mbanza Kongo, Angola, 21 ago (Lusa) - O Presidente de Angola e líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, apelou hoje ao eleitorado angolano para que "continue a acreditar" no partido no poder, que considerou a formação política mais bem preparada para garantir o desenvolvimento.
Eduardo dos Santos, que lidera a lista de deputados do seu partido e se recandidata ao cargo de Presidente, falava num comício em Mbanza Kongo, capital da província do Zaire, no norte de Angola, no âmbito da campanha eleitoral em curso para as eleições gerais de 31 deste mês.
"É necessário que o nosso povo continue a acreditar no MPLA, porque é a única formação política em condições" de assegurar o desenvolvimento, disse José Eduardo dos Santos, citado pela agência Angop.
Depois de destacar que o partido possui quadros em número e com experiência e qualidade, salientou que eles são o garante da continuidade da execução dos grandes projetos de desenvolvimento, colocando Angola entre os países que mais crescem no mundo.
"Estamos conscientes de que para continuar a ser o partido da mudança para melhor, o MPLA também precisa de se renovar permanentemente e continuar a realizar os anseios da população", referiu.
José Eduardo dos Santos frisou, segundo a Angop, que o MPLA continuará a renovar a sua forma de governar, a aperfeiçoar e aumentar o rigor no controlo do aproveitamento dos recursos públicos, comprometendo-se em trabalhar para melhorar o que está bem.
Esta foi a quarta deslocação do líder do MPLA ao interior do país. Anteriormente, José Eduardo dos Santos esteve nas províncias da Lunda Sul, Moxico e Cabinda.
Nesta sua deslocação ao norte de Angola, Eduardo dos Santos procedeu ao lançamento das primeiras pedras para a construção do Monumento aos reis do Kongo e de um complexo residencial, que se prevê tenha cerca de 1.500 fogos.
Além de Mbanza Kongo, o líder do MPLA para na cidade de Soyo, na mesma província, onde visitou e inaugurou vários empreendimentos socioeconómicos do município, incluindo o que a Angop classificou como o "maior empreendimento industrial" pós-independência: o Angola LNG, projeto vocacionado a produção de gás liquefeito.
EL.
Economista Alves da Rocha duvida que seja possível distribuir melhor a riqueza
22 de Agosto de 2012, 09:29
Luanda, 22 ago (Lusa) - O economista angolano Alves da Rocha disse à Lusa que está cético de uma melhor distribuição da riqueza em Angola, atendendo às previsões de crescimento económico de cinco por cento do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o quinquénio 2012-2017.
Em declarações à Agência Lusa, Alves da Rocha referiu que, "para que possa haver distribuição de rendimento, de benefícios, tem que haver crescimento", salientando que o Centro de Estudos de Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, de que é diretor, publicou recentemente um estudo que faz esta reflexão.
A economia angolana, desde o final da guerra em 2002, registou um crescimento económico na ordem dos dois dígitos, com a exceção do período da crise económica e financeira mundial, mas as projeções para os próximos anos apontam uma descida para um dígito. "Se até 2017, a economia vai crescer muito menos do que aquilo que cresceu entre 2002 e 2008 (15 por cento) - mas muito menos -, portanto a questão da distribuição de rendimentos vai-se colocar com muita acuidade", esclareceu Alves da Rocha.
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
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