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Díli, 15 ago (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse hoje em Díli que Timor-Leste está preparado para a saída das forças de segurança internacionais que se mantêm no país há 13 anos.
"Timor-Leste já não precisa de operações de manutenção da paz da ONU", afirmou o secretário-geral da organização, no primeiro de dois dias de visita a Timor-Leste, lembrando que a Polícia Nacional "fortaleceu as suas capacidades" e "apoiou com sucesso três votações legislativas e presidenciais" nos últimos meses.
A assistência das Nações Unidas a Timor-Leste no futuro será garantida, mas noutros moldes, afirmou Ban Ki-moon, que hoje se avistou com o Presidente timorense, Taur Matan Ruak, empossado no passado 20 de maio em substituição de José Ramos-Horta.
A dupla ronda presidencial e as legislativas, realizadas recentemente, eram o último teste que as Nações Unidas precisavam para manter o plano de encerrar a atual Missão Integrada da ONU para Timor-Leste (UNMIT) até ao final de 2012.
Apesar de incidentes pós-eleitorais em meados de julho, a seguir ao anúncio da nova coligação que vai governar o país, a forma pacífica como decorreram quer as legislativas quer as presidenciais contrastaram com a crise política e de segurança, verificadas em 2006, quando mais de um terço do efetivo militar desertou e a Polícia Nacional implodiu.
A visita que Ban Ki-moon realiza a convite do Presidente da República timorense, a segunda ao país desde dezembro de 2007, surge num período considerado "crítico" pela ONU .
No final de fevereiro no Conselho de Segurança o ex-Presidente José Ramos-Horta agradeceu o apoio da ONU neste trajeto e levou "boas notícias", que têm sido raras naqueles corredores.
"Vim aqui há cinco anos pedir, num cenário bastante triste e dramático, uma nova missão de paz da ONU em Timor-Leste, e hoje regresso mais para partilhar boas notícias com um Conselho de Segurança que enfrenta todos dias situações extremamente difíceis noutros pontos do mundo", declarou na ocasião o então chefe de Estado.
As várias intervenções de membros do Conselho de Segurança foram sobretudo de congratulações pelos progressos, com o embaixador de Portugal, Moraes Cabral, a sublinhar que o país é já um "caso de sucesso" na história das missões de paz da ONU.
O mandato da UNMIT foi então renovado, provavelmente pela última vez, até final de 2012, e de aí em diante "haverá uma missão política, não de paz", previu Ramos Horta.
Após a votação, o embaixador britânico junto da ONU, Mark Lyall Grant, afirmou que o plano conjunto entre o governo de Díli e a UNMIT "pode definir um padrão para futuras transições de missões de paz" noutros pontos do mundo.
A decisão em relação ao futuro da ONU em Timor-Leste compete agora aos membros do Conselho de Segurança, e em Díli Ban Ki-moon irá recolher "a visão do governo timorense", adiantou à Lusa fonte próxima do secretário-geral.
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