CLI - Lusa
Cidade da Praia, 06 Set (Lusa) - Os estivadores do Porto da Praia suspenderam hoje a greve, iniciada a 27 de agosto, após o Governo cabo-verdiano ter decretado na quarta-feira à noite uma requisição civil, convocando 84 trabalhadores a comparecer no trabalho.
O anúncio da suspensão da paralisação foi feito hoje pelo presidente da Sindicato da Indústria, Agricultura, Comércio e Serviços Afins (SIACSA), Gilberto Lima, que vinha liderando a greve.
Gilberto Lima, que na quarta-feira denunciava alguma "pressão" por parte da Direção-geral do Trabalho considerou injusta a lei da requisição civil, já que na sua perspetiva põe em causa a luta sindical.
"Suspendemos imediatamente a greve após o anúncio da requisição civil. É uma afronta para os estivadores, porque esta lei é uma lei selvagem que não ajuda o poder reivindicativo da classe trabalhadora em Cabo Verde", disse.
Gilberto Lima explicou que os trabalhadores do Porto podem voltar a greve, posteriormente, até que as suas reivindicações sejam satisfeitas.
"Mas vamos depois voltar à nossa luta, porque uma requisição civil não põe termo às reivindicações dos trabalhadores, por isso vamos voltar posteriormente até que as reivindicações sejam satisfeitas", garantiu.
As reivindicações iniciais dos estivadores do Porto da Praia têm a ver com a atualização dos subsídios de férias e de Natal, a adoção de um regime do subsídio de turnos e também com a afetação dos trabalhadores da classe a todos os navios.
A greve teve uma duração de 10 dias e envolveu estivadores, capatazes, portalós, guincheiros e conferentes.
De acordo com a portaria conjunta do Ministério das Infraestruturas e Economia Marítima e do Ministério da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, os 84 trabalhadores deveriam comparecer à administração do Porto da Praia às 08:00 de hoje.
O Governo justifica a posição com a necessidade evitar roturas de produtos básicos e combustíveis nas ilhas, cujo transbordo é feito na Cidade da Praia.
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