domingo, 30 de setembro de 2012

José Maria Neves cria "tabu" em relação à sua manutenção como líder do PAICV

 

JSD/CLI - Lusa
 
Cidade da Praia, 30 set (Lusa) - O presidente do PAICV escusou-se hoje a falar sobre se irá recandidatar-se à liderança do partido que comanda desde 2001, nas eleições diretas que se realizarão até ao final deste ano.
 
José Maria Neves falava aos jornalistas antes da sessão de encerramento dos três dias de trabalhos da Conferência Nacional que o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder também desde 2001) organizou na Cidade da Praia.
 
O líder do PAICV, igualmente primeiro-ministro há 11 anos, sublinhou que, enquanto presidente do partido, vai ser "árbitro" na contenda, defendendo o surgimento de candidatos para que haja debate de ideias e uma remodelação na cúpula partidária.
 
"No momento certo haverá a disputa da liderança. Esperemos que haja várias candidaturas. Eu, enquanto presidente do PAICV, vou ser árbitro desse processo e não vou tomar partido nesse debate ou nessa disputa, que terá regras claras", sublinhou.
 
"[Uma eventual recandidatura] vai depender das discussões que vamos fazer para que eu deixe a liderança do partido. Vai ser um processo normal. Mas vou fazer tudo para se governar com estabilidade até 2016, para que se cumpra o Programa do Governo", acrescentou.
 
Sobre os resultados da conferência, José Maria Neves dividiu-os em dois segmentos, o partidário e o governamental, salientando que "todas as recomendações" serão tidas em conta, quer dentro do PAICV, quer dentro do executivo.
 
Ainda no plano partidário, o presidente do PAICV salientou que, aos debates da Cidade da Praia, seguir-se-ão outros, em cada uma das nove ilhas, para que o partido possa sair reforçado, já com uma nova liderança, no Congresso do primeiro trimestre de 2013.
 
"Vamos ser consequentes, todas as recomendações serão adotadas como princípios. Vamos continuar o debate nas ilhas, para construir novas soluções para acelerar o ritmo de transformação de Cabo Verde, para mais crescimento, mais emprego, mais riqueza e mais rendimentos para as pessoas", sustentou.
 
"Há recomendações que levam ao reforço das estruturas do partido, a um maior diálogo entre as estruturas do partido, o Governo, o Grupo Parlamentar e as autarquias locais, intensificar as relações entre o partidos e a sociedade e transformar o PAICV numa escola de cidadania", acrescentou.
 
Na esfera governamental, José Maria Neves pediu que se acelerem as reformas em curso - "há alguma lentidão em relação a algumas delas" -, que levem o país a dar "um salto qualitativo" no desenvolvimento.
 
"Haverá rigor e transparência no exercício das funções públicas e combateremos o 'amiguismo' e o nepotismo, o 'job for the boys' ou o 'job for the girls'. Onde houver deficiências ou desvios, estarei lá para tomar decisões necessárias", frisou.
 
José Maria Neves, lembrando os efeitos nefastos que a crise económica internacional tem estado a provocar no arquipélago, defendeu que Cabo Verde tem conseguido "aguentar" uma taxa de desemprego (12,2 por cento em fins de 2011), quando comparado com outros países.
 
Nesse sentido, sublinhou que o seu executivo está a envidar todos os esforços para criar mais postos de trabalho, ao mesmo tempo que pretende aumentar a competitividade e combater a pobreza e a crescente insegurança no país.
 

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