Deutsche Welle
O governo de Bissau
anunciou esta sexta-feira (19.10.) que solicitou ao secretário geral das Nações
Unidas a substituição do seu representante especial na Guiné-Bissau, o ruandês
Joseph Mutaboba, no cargo desde 2009.
Segundo o porta-voz
do governo guineense e Ministro da Presidência, Fernando Vaz, “as autoridades
de transição da Guiné Bissau não querem mais a presença no país do Sr.
Mutaboba, pois ele não tem desempenhado um papel de imparcialidade” desde o
golpe de Estado militar de 12 de abril.
Desconhece-se, por
enquanto, qualquer comentário por parte da ONU em Bissau.
Em declarações à
imprensa em Bissau, Fernando Vaz disse ainda que o representante especial do
secretário geral da ONU na Guiné-Bissau “não presta um serviço ao nosso país e
não é capaz de ajudar na construção da paz”. Segundo as autoridades guineenses,
desde o golpe de Estado, Joseph Mutaboba não “dialogou com as autoridades de
transição, mas deslocou-se várias vezes a Lisboa, capital portuguesa, para
discutir com o regime destituído”. Daí que Fernando Vaz tenha questionado:
“será que é isso a construção da paz?”.
General Indjai
também solicitou substituição de Mutaboba
Também na semana
passada, o chefe de estado-maior do exército guineense, o general António
Indjai, solicitou, junto de jornalistas, a substituição do responsável da ONU
em Bissau, tendo afirmado na altura: “se me coubesse a decisão de o expulsar,
já o tinha declarado persona non grata”. A informação foi veiculada pela
agência France Presse (AFP) num despacho enviado desde a capital guineense.
Joseph Mutaboba foi
nomeado em fevereiro de 2009 por Ban Ki-moon como seu representante na Guiné
Bissau e, a este título, dirige o gabinete das Nações Unidas para a
consolidação da paz naquele país lusófono da África Ocidental, confrontado com
uma grande instabilidade política e militar, na qual o exército tem um papel
preponderante, alegadamente reforçado pelo tráfico de drogas.
Autor: Braima Darame (Bissau) /António Rocha (com AFP) - Edição: António Cascais
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