quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Cabo Verde: CIMEIRA ADIADA, SITUAÇÃO EM BISSAU, DÍVIDA PÚBLICA AUMENTA

 


Segunda Cimeira Portugal/Cabo Verde poderá ser adiada para 2013
 
23 de Outubro de 2012, 13:58
 
Cidade da Praia, 23 out (Lusa) - A segunda Cimeira Portugal/Cabo Verde, prevista para se realizar antes do final deste ano, corre o risco de ser adiada para 2013, devido aos atrasos na preparação do encontro, admitiu hoje o primeiro-ministro cabo-verdiano.
 
A hipótese foi levantada hoje pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, que, apesar de não adiantar pormenores, admitiu haver um "relativo atraso na preparação" da cimeira, devido às discussões, em Portugal, em torno do Orçamento do Estado para 2013.
 
"Não temos ainda todas as informações a esta matéria. Há um relativo atraso na preparação da cimeira, tendo em atenção as discussões que o Governo português está envolvido no OE para 2013. Espero que as coisas sejam rapidamente clarificadas e possamos definitivamente confirmar ou não a realização da cimeira ainda este ano", afirmou.
 
A 18 de setembro último, em Lisboa, e após um encontro com o seu homólogo português, Pedro Passos Coelho, o primeiro-ministro cabo-verdiano garantiu que a cimeira realizar-se-ia ainda este ano no Mindelo, na ilha de São Vicente, mas não avançou qualquer data precisa.
 
Ainda por definir em concreto, os temas para a segunda cimeira - a primeira decorreu em 2009, na Cidade da Praia - têm como "foco essencial" o reforço das relações economico-empresariais" entre os dois países.
 
JSD // VM.
 
Cabo Verde está a recolher informação sobre situação na Guiné-Bissau - PM
 
23 de Outubro de 2012, 14:51
 
Cidade da Praia, 23 out (Lusa) - O primeiro-ministro de Cabo Verde considerou hoje que nem sempre as declarações políticas correspondem à realidade, aludindo às acusações do Governo de transição guineense, que responsabilizou Portugal pelos incidentes militares de domingo na Guiné-Bissau.
 
"Não devemos precipitarmo-nos em relação aos acontecimentos, nem às declarações que têm sido feitas e que nem sempre correspondem à realidade dos factos. São declarações que Cabo Verde não comenta", disse José Maria Neves, indicando que o executivo cabo-verdiano está ainda a recolher informações.
 
"Estamos a recolher todas as informações para podermos ter uma posição definitiva. É claro que a realidade nem sempre corresponde às declarações políticas que são feitas em determinados momentos", insistiu, no final de uma audiência ao novo delegado da Comissão Europeia em Cabo Verde, o português José Manuel Pinto Teixeira.
 
Na madrugada de domingo, um grupo de homens armados tentou tomar pela força o quartel dos para-comandos, uma unidade de elite das forças armadas da Guiné-Bissau, tendo resultado seis mortos dos confrontos, todos do grupo assaltante.
 
A informação foi prestada pelo governo de transição, que diz que o grupo era comandado pelo capitão Pansau N´Tchama e acusa Portugal, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, de envolvimento no ataque.
 
JSD //EJ.
 
Governo Cabo Verde admite aumento da dívida pública para 90% do PIB em 2013
 
23 de Outubro de 2012, 19:10
 
Cidade da Praia, 23 out (Lusa) - O primeiro-ministro de Cabo Verde admitiu hoje o agravamento da dívida pública cabo-verdiana prevista no Orçamento do Estado para 2013, mas recusou considerá-lo "substancial", defendendo que está dentro da sustentabilidade económica do país.
 
Questionado pela agência Lusa sobre a subida da dívida pública de 80,1 por cento do PIB prevista para 2012 para cerca de 90 por cento do PIB em 2013, José Maria Neves lembrou que os empréstimos são concessionais e, por isso, de longo prazo e com baixas taxas de juro.
 
Segundo a proposta de OE para 2013, a discutir na sessão parlamentar cabo-verdiana de novembro, o Governo prevê que a dívida externa suba de 60 para 70 por cento, enquanto a interna se manterá em torno dos 20 por cento, totalizando os 90 por cento do Produto Interno Bruto (PB) cabo-verdiano.
 
"Não há um agravamento substancial da dívida pública. Devemos chegar aos 90 por cento do PIB, mas é uma dívida pública sustentável, de longo prazo e estribada em empréstimos concessionais. A dívida pública interna rondará os 20 por cento, o que é bom, e a externa, concessionada, estará por volta dos 70 por cento", argumentou.
 
José Maria Neves indicou, por outro lado, que o OE prevê que, em 2013, o défice baixe de 9,8 para 7,2 por cento, sendo financiado fundamentalmente com recursos externos, também via empréstimos concessionais, devendo a economia crescer cinco por cento e a inflação situar-se nos 2,5 por cento.
 
"Temos um quadro macroeconómico muito adequado para continuarmos a fazer face à crise. Tendo em atenção o que acontece no plano internacional, crescer cinco por cento é muito bom. Precisamos de crescer muito mais, mas cinco por cento, neste contexto, é muito bom", disse.
 
A proposta de OE para 2013 em Cabo Verde prevê despesas de 60,4 milhões de contos (548 milhões de euros) e receitas de 47,3 milhões de contos (429 milhões de euros).
 
Os ministérios das Finanças, Educação, Saúde, Administração Interna e Justiça continuam, tal como nos anos anteriores, a ser os com maior peso num orçamento que, em relação a 2012, aumenta 5,7 por cento (mais 3,3 milhões de contos - 30 milhões de euros).
 
O programa de investimentos públicos, no valor de 25,9 milhões de contos (234 milhões de euros), 14,6 por cento do PIB, tem garantido a sua continuidade.
 
Hoje, José Maria Neves lembrou que a crise internacional está a afetar a economia cabo-verdiana, razão pela qual defendeu a discussão de um "pacto" com a oposição, sindicatos, empresários, setor provado e sociedade civil para se encontrar os entendimentos necessários para o futuro do país.
 
Em causa está a discussão do novo Código de Benefícios Fiscais, reformas políticas para criar condições para a Regionalização, a instalação do Tribunal Constitucional (TC) e do Provedor de Justiça e as reformas na Justiça.
 
JSD // ARA.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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