Número de casos de
violência sexual contra menores baixou no centro de Moçambique?
10 de Outubro de
2012, 09:39
Chimoio,
Moçambique, 10 out (Lusa) - O número de casos de violência sexual contra
crianças caiu este ano em Manica, centro de Moçambique, "devido às multas
e penas pesadas contra os infratores", disse hoje à Lusa fonte policial.
De janeiro a
setembro, 15 menores foram violadas sexualmente em Manica, um número mais de
três vezes menor que no período homólogo de 2011 (50 casos), revelam dados do
Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança Vítimas de Violência Doméstica
(GAMCVD), ligado à polícia.
Durante os primeiros
nove meses deste ano, 15 homens foram detidos pela polícia em ligação com as
violações sexuais de crianças, incluindo familiares e pessoas próximas das
vítimas, segundo as estatísticas do GAMCVD.
"Temos
conhecido uma redução de casos de violação sexual de crianças em Manica, porque
as penalizações aos infratores são exemplares (variam de dois a oito anos de
cadeia), além de palestras educativas nas comunidades sobre as desvantagens da
violência" disse à Lusa Paciência Nhapimbe, a responsável do GAMCVD.
As violações
sexuais contra crianças têm em Moçambique um motivo extra, o "mito"
de que ter relações sexuais com virgens cura o HIV/SIDA.
Ainda segundo a
polícia, os crimes foram registados nos distritos de Gondola e Manica (centro)
e Barue e Guro (norte), nos dois principais corredores de desenvolvimento da
região centro, Beira e Tete, respetivamente, onde também as taxas de
seroprevalência do HIV/SIDA são altas.
"Os homens
estão detidos, alguns já foram condenados e outros processos estão em curso nos
tribunais para responsabilizar os autores dos crimes. Embora os números ainda
não sejam satisfatórios, temos lutado para desencorajar este tipo de
atitude" avançou Nhapimbe.
Sobre a violência
doméstica, a mesma fonte admitiu uma queda de casos registados, face, disse, à
expansão dos gabinetes ao nível distrital e palestras educativas sobre os
malefícios da violência na sociedade.
Nos últimos nove
meses, 1.596 casos de violência doméstica foram reportados pelo GAMCVD, contra
1.754 n o mesmo período de 2011. As Estatísticas do GAMCVD indicam ainda que no
período em análise mais de 100 homens foram agredidos pelas suas esposas e
perto de 900 mulheres pelos seus maridos.
AYAC // VM.
Novo terminal
doméstico do Aeroporto Internacional de Maputo abre na quinta-feira
10 de Outubro de
2012, 10:16
Maputo, 10 out
(Lusa) - O novo terminal doméstico do Aeroporto Internacional de Maputo abre na
quinta-feira, após 20 meses de obras, que implicaram a demolição do antigo
terminal, anunciou hoje a empresa Aeroportos de Moçambique (ADM).
Segundo um
comunicado de imprensa, para assinalar formalmente a entrada em operações do
novo terminal doméstico, o presidente do Instituto de Aviação Civil de Moçambique
(IACM), Afonso Sande, fará a entrega da estrutura ao presidente da ADM, Manuel
Veterano, como sinal da autorização do empreendimento.
A construção do
novo terminal doméstico do Aeroporto Internacional de Maputo esteve a cargo da
empresa chinesa Anhui Foreign Economic Construction Group (AFECC) e custou
pouco mais de 28 milhões de euros.
A nova
infraestrutura está dotada de duas salas com capacidade para o atendimento de
580 passageiros por hora, 14 balcões para o check-in e uma área comercial.
PMA // VM.
Galp Energia e a
empresa de hidrocarbonetos moçambicana acordam exploração de gás no Rovuma
10 de Outubro de
2012, 10:27
Maputo, 10 out
(Lusa) - A Galp Energia e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) de
Moçambique anunciaram hoje que vão trabalhar juntos na exploração de gás na
bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
Ao abrigo de um
acordo de cooperação técnica, operacional e financeira, as instituições
asseguram aprofundar a colaboração já existente na gestão agrupada das
participações nos blocos exploratórios das Áreas 1 e 4 da bacia de Rovuma.
Um comunicado hoje
divulgado pela Galp Energia indica que as instituições vão realizar estudos de
caráter geológico, de engenharia de reservatórios, desenvolvimento da produção
de hidrocarbonetos e logística, e de infraestruturas.
Segundo a nota, o
acordo "abre espaço para a cooperação na análise e avaliação conjunta de
outras oportunidades de investimento que contribuam para reforçar a presença
sustentável das duas empresas na atividade de exploração e produção de gás em
Moçambique com particular destaque para a bacia do Rovuma".
Na bacia do Rovuma,
a Galp Energia detém uma participação de 10% na Área 4, enquanto a empresa
pública moçambicana de hidrocarbonetos faz pesquisa, desenvolve, produz e
comercializa o gás e petróleo.
A Galp Energia, um
operador integrado de energia com atividades diversificadas pelo mundo, opera
em 13 países: Portugal, Espanha, Brasil, Angola, Moçambique, Venezuela, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Suazilândia, Gâmbia, Timor-Leste, Uruguai e Guiné
Equatorial.
MMT // MSF
Governo moçambicano
surpreso com Banco Mundial por considerar agricultura "origem de grande
parte da pobreza"
10 de Outubro de
2012, 13:01
Maputo, 10 out
(Lusa) - O Governo moçambicano manifestou hoje perplexidade com os resultados
do relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de 2013, do Banco Mundial, que
descreve a agricultura em Moçambique como "a origem de grande parte da
pobreza moçambicana".
O documento
publicado no início do mês refere que "a persistência de tecnologias
extremamente rudimentares" na agricultura moçambicana mantém baixos os
seus níveis de produtividade.
Reagindo à Lusa, o
ministro da Planificação e Desenvolvimento moçambicano, Aiuba Cuereneia,
mostrou-se "admirado que seja o Banco Mundial, que nunca investiu na
agricultura, a dizer isso".
"Estas
instituições ainda não estão a investir seriamente para a agricultura em
África. Não estão a apoiar os países africanos para a agricultura e os países
estão a fazer o seu melhor. Nós estamos a fazer o nosso melhor. Temos feito
chegar isso" a eles nas reuniões, disse Aiuba Cuereneia.
O estudo 'Jobs and
Welfare in Mozambique', de Sam Jones e Finn Tarp, da Universidade de Copenhaga,
que sustenta o relatório do Banco Mundial, assinala que ao empregar mais de 80
por cento da população e produzir apenas 30 por cento do PIB do país, o setor
agrícola em Moçambique é também causa de preocupação, pois a situação é um
exemplo dos "desafios" que as economias agrárias enfrentam.
Nas reuniões com o
Banco Mundial, "essa questão de agricultura em África é sempre levantada
pelos colegas africanos e por próprios moçambicanos como havendo necessidade de
apoio a nível internacional à agricultura em África", lembrou o governante
moçambicano.
"Mais de 60
por cento da população em África ocupa-se da agricultura, mas o mundo inteiro
nunca viu África como alternativa. E é isso que temos que fazer hoje: ver
África como alternativa. A mensagem é que o governo moçambicano continua a
priorizar a agricultura, a apostar e a acreditar na agricultura como fator de
desenvolvimento de Moçambique", acrescentou Aiuba Cuereneia.
O estudo frisa que
em Moçambique o valor acrescentado da agricultura é de um sétimo o do setor dos
serviços é doze vezes menor que o do setor industrial, com o rendimento
agrícola estagnado na última década e 95 por cento das pessoas a cultivar
explorações pequenas, sem tecnologia moderna.
"Graças às
importantes descobertas do setor mineiro e à explosão dos preços das
matérias-primas, bem como à posição privilegiada de Maputo como um dos portos
mais próximo de Joanesburgo, Moçambique teve um dos melhores desempenhos de
crescimento na África subsaariana ao longo da passada década. Todavia, depois
de cair substancialmente durante a década de 1990, provavelmente graças ao fim
da guerra civil, a taxa de pobreza manteve-se praticamente inalterada entre
2003 e 2008, em torno de 55 por cento do total de população", diz o
relatório.
"Daquilo que
nós estamos a fazer neste momento, creio que está havendo resultados. Neste
período de governação há resultados: já somos excedentários em milho, estamos a
trabalhar substancialmente para o arroz, já reduzimos em 15% a importação do
arroz, portanto, há trabalho que está a ser feito nesta área", considerou,
no entanto, Aiuba Cuereneia.
MMT // VM.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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