sábado, 27 de outubro de 2012

PM de Cabo Verde acusa Guiné-Bissau de estar "a transformar-se num narco-estado"

 

CLI – ARA - Lusa
 
Cidade da Praia 26 out ( Lusa) - O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, considerou hoje que a Guiné-Bissau deve ser motivo de preocupação para toda a comunidade internacional porque "está a transformar-se num narco-Estado, onde as instituições não funcionam".
 
José Maria Neves fez estas considerações aos jornalistas quando instado a comentar as declarações do porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, que considerou "vergonhosas" e pediu que acabem "as faltas de respeito", referindo-se às declarações das autoridades cabo-verdianas sobre os últimos acontecimentos no seu país.
 
Isto porque, na sequência da tentativa de assalto a um quartel em Bissau, no passado domingo, na qual as autoridades de transição implicam Portugal e a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), o primeiro-ministro de Cabo Verde remeteu para uma data posterior "um comentário mais consistente", alegando que, de Bissau, nem sempre as declarações políticas correspondem à realidade.
 
Hoje instado a comentar as declarações de Fernando Vaz, José Maria Neves fez questão de sublinhar que as declarações do porta-voz guineense não merecem comentários.
 
"Não merecem qualquer comentário do Governo de Cabo Verde. O Estado de Cabo Verde é uma pessoa de bem, as instituições da República são legítimas, Cabo Verde é um Estado de Direito Democrático e tem uma grande confiança e prestígio no plano internacional", respondeu.
 
O chefe do executivo aproveitou ainda para dizer que no arquipélago está-se sobretudo a trabalhar para que se possa combater com vigor os tráficos, o desrespeito pelos direitos humanos e qualquer desvio em relação aos princípios fundadores de um Estado de Direito Democrático.
 
"Cabo Verde quer que a Guiné-Bissau encontre a paz, quer que a comunidade internacional preste atenção a este país irmão, porque está a transformar-se num narco-Estado, onde não há respeito pelos direitos humanos, onde as instituições da República não funcionam e não há a submissão do poder militar aos poderes civis legitimamente constituídos", acrescentou.
 
O primeiro-ministro aproveitou para apelar à União Africana para que tenha um "olhar atento" sobre a situação da Guiné-Bissau, buscando consensos com as Nações Unidas, a CPLP e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), para, entre outros, o lançamento das bases para a consolidação da Democracia e para o desenvolvimento do país.
 

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