quinta-feira, 22 de novembro de 2012

EDITORIAL EM DESACATO

 

 
A comunicação jornalística e social enfrenta novamente um desafio extraordinário. Os sucessos trágicos que dominaram a agenda, tanto na Palestina quanto em Santa Catarina, colocaram na vitrine, não só interesses manifestos de ocultar a realidade, como uma condição pobre, ordinária e elementar de tratar os fatos.
 
De forma alguma a morte pode ser tratada como espetáculo, e do mesmo jeito a violência em todas suas manifestações. As manchetes e os parcos informes da grande mídia seguiram, como de costume, a mecânica da venda de notícias, usando-se dos “produtos” mais fáceis de serem comercializados: a vingança, a destruição, o moralismo e a necessidade de punir. Os punidos são sempre os pobres, os excluídos, os discriminados, os negros, os índios, os não ocidentais.
 
As trevas às que submete a falta de crítica sustentada, diferente, diversa e alheia aos poderes constituídos, exige dos veículos independentes um esforço muito grande para garantir a versão dos invisíveis, equilíbrio, análises demoradas, partes e contrapartes e uma linguagem diferente da transitada pelos monopólios.
 
A demanda é gigantesca, a sociedade precisa exercer o controle do que se demonstra falido, e para isso precisa saber, refletir e decidir por si de forma coletiva.
 
Florianópolis, 18 de novembro de 2012.
 

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