MSE – HB - Lusa
Díli, 18 nov (Lusa)
- O comandante do último contingente da GNR destacado em Timor-Leste, capitão
Jorge Barradas, faz um balanço positivo da presença da força portuguesa no país
e espera que os erros cometidos em 2006 não se repitam.
"É um balanço
positivo. São seis anos, 13 contingentes de trabalho árduo num local longínquo
de Portugal e que foi amplamente reconhecido quer por timorenses, quer pela
comunidade internacional", afirmou o capitão Jorge Barradas.
O capitão
participou em missões da GNR em Timor-Leste em 2001, integradas na
Administração Transitória da ONU no país, e entre 2006 e 2012, no âmbito da
Missão Integrada da ONU (UNMIT), criadas na sequência da crise política e
militar que provocou a implosão da polícia timorense, milhares de deslocados e
dezenas de mortos.
O Governo timorense
e a ONU decidiram terminar aquela missão de manutenção de paz em dezembro
próximo, pondo fim à presença de forças de segurança e defesa estrangeiras no
país.
Questionado pela
agência Lusa se a Polícia Nacional de Timor-Leste está preparada para
desempenhar funções sem a ONU na retaguarda, o capitão Jorge Barradas respondeu
que a força de segurança timorense tem a qualificação técnica para o desempenho
das funções.
"Resta-lhes
agora adaptaram-se às situações. Naturalmente que a população também vai ter
que colaborar nessa matéria porque a polícia não resolve tudo e nesse aspeto
acho que os erros cometidos em 2006 não se vão repetir", salientou.
Num balanço dos
momentos mais marcantes dos últimos seis anos, o comandante destacou a chegada
do primeiro contingente a Timor-Leste e a tentativa de assassínio do
ex-Presidente José Ramos-Horta, em 2008.
"Começa pela
chegada do primeiro contingente ainda antes das Nações Unidas, cerca de uma
semana após o conflito, e a solução quase imediata do problema juntamente com
as forças internacionais", afirmou.
"Temos ainda a
salientar a ocorrência de 2008 com a tentativa de assassínio do ex-Presidente
José Ramos-Horta, onde mais uma vez a Guarda teve um papel determinante na
solução pacífica dos acontecimentos", acrescentou.
Às dúvidas dos
timorenses, que questionam constantemente os militares sobre se ficam ou vão, o
capitão português explica que a GNR continua na cooperação bilateral para
efeitos de formação.
"A GNR que
eles conhecem, deste quartel, que faz o patrulhamento, que apoia, quer na parte
operacional, quer nas atividades humanitárias, que temos desenvolvido com
alguma frequência, essa GNR vai-se embora", disse.
A GNR parte com
saudades, mas segundo o capitão Jorge Barradas, "havia de haver um momento
em que de facto os timorenses haveriam de ficar autossuficientes como país
independente que são".
A GNR regressa a
casa em duas levas, na terça e na quinta-feira.
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