Grupo de
empresários portugueses promete investimentos na Guiné-Bissau
16 de Novembro de
2012, 20:48
Bissau, 16 nov
(Lusa) - Um grupo de empresários portugueses que durante esta semana visitou a
Guiné-Bissau terminou hoje a missão garantindo que vai investir no país, porque
"o mercado inspira confiança".
Os sete empresários
chegaram na segunda-feira e pretendem investir em áreas como as tecnologias de
informação, medicina, construção civil e turismo. "Regressamos com a
convicção de que voltaremos, que coisas irão acontecer", disse o porta-voz
do grupo, Francisco Marques, em declarações aos jornalistas.
Dos contactos que
fez, disse, o grupo confirmou a "perceção que já tinha da potencialidade
de investimentos" da Guiné-Bissau, e está convicto de que "o mercado
inspira confiança, o que é essencial para qualquer investidor".
"Saio daqui
com plena convicção de que o mercado é como qualquer outro e que os
investidores podem vir à Guiné-Bissau e ter confiança na Guiné-Bissau",
disse Francisco Marques, acrescentando que o grupo vai agora "amadurecer
ideias", e garantindo que em breve estarão de novo no país.
Questionado sobre
como se pode ter confiança num país que num ano teve um golpe de Estado e mais
duas tentativas de golpe de Estado (segundo as autoridades políticas),
Francisco Marques considerou que se trata de "questões momentâneas",
que o país "tem todas as potencialidades" e que o olhar dos
empresários "é numa perspetiva de médio e longo prazo".
Dos sete
empresários seis nunca tinham estado na Guiné-Bissau.
FP //JMR.
Religiosos propõem
"novo contrato social" para a Guiné-Bissau
16 de Novembro de
2012, 21:02
Bissau, 16 nov
(Lusa) - Religiosos da Guiné-Bissau e a associação "Voz di Paz"
propuseram hoje em Bissau um "novo contrato social", aproveitando o
período de transição política para tirar definitivamente o país da
instabilidade e pobreza.
Numa cerimónia em
Bissau que juntou cerca de duas centenas de pessoas, incluindo o Presidente de
transição, os subscritores da iniciativa lembraram que o país já conheceu
diversas transições entre golpes de Estado e que as mesmas de nada serviram.
Por isso, sugeriram
um amplo movimento de diálogo que envolva a população, os políticos e os
militares e que termine com um referendo, mesmo que tenha de ser necessário
alargar o período de transição, previsto para um ano após o golpe de Estado de
abril passado.
O pontapé de saída
para o início da iniciativa foi a leitura de um apelo feito pelo bispo auxiliar
de Bissau, Dom José Lampra Cá, que pediu a todos os guineenses para que participem
"num amplo diálogo nacional, destinado a construir um consenso para um
novo contrato social", que leve às reformas necessárias e à estabilização
durável do país.
Antes, o bispo
falou da "instabilidade crónica" da Guiné-Bissau, da violência, das
"deficiências da governação ao longo de muitos anos", do
"contínuo enfraquecimento do Estado", da falta de diálogo
construtivo, da "tendência à degradação das relações na sociedade
guineense", e de uma transição em curso "num contexto tenso" e
"pleno de bloqueios".
Fafali Koudawo, da
associação "Voz di Paz", explicou aos presentes, entre cidadãos
anónimos, políticos e militares, que na Guiné-Bissau se perdeu "o sentido
do bem comum" e que "só quem não quiser ver não vê" que o país
está "numa situação de impasse" depois do golpe de Estado de 12 de
abril passado.
O responsável
lembrou depois que já se viveram períodos de transição como o atual, como entre
1991 e 1994, ou como em 1999, ou como em 2003. Esses períodos poderiam ter
servido para "construir as bases de um Estado renovado" mas "não
foi o caso", disse.
"Vamos levar
pela frente uma transição como as outras? Se gostamos do país, de nós, das
nossas crianças, devemos desta vez fazer outra coisa", disse Fafali
Koudawo, que propõe um processo que comece por perguntar a todo o povo o que
deseja para a Guiné e depois como chegar a esse país desejado.
"Provavelmente
chegaremos a um pacote de reformas políticas, tocando a Constituição, a Lei
Eleitoral, a Lei-quadro dos Partidos", mas também "outras reformas do
Estado e também do setor de segurança e defesa", que será depois
legitimado através de um referendo, explicou o responsável.
Fafali Koudawo
alertou que o processo implicará também "novos arranjos políticos" e
um debate que "faça emergir um novo figurino executivo, com um período de
tempo fixado pelos políticos".
A proposta não teve
comentários da assistência mas o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo,
louvou a iniciativa, lembrando que a Guiné-Bissau "já ensaiou várias
tentativas de reencontro da família guineense".
"Nunca é
demais tentar outra vez, sobretudo neste momento em que todos os guineenses são
interpelados a refletir, e fazer um ponto final nesta cadeia de instabilidade.
Acredito que com a vontade de todos podemos trilhar novos caminhos", disse
Serifo Nhamadjo aos jornalistas.
FP //JMR.
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