domingo, 18 de novembro de 2012

Guiné-Bissau: INVESTIMENTOS PORTUGUESES, PROPOSTA DE “NOVO CONTRATO SOCIAL”

 


Grupo de empresários portugueses promete investimentos na Guiné-Bissau
 
16 de Novembro de 2012, 20:48
 
Bissau, 16 nov (Lusa) - Um grupo de empresários portugueses que durante esta semana visitou a Guiné-Bissau terminou hoje a missão garantindo que vai investir no país, porque "o mercado inspira confiança".
 
Os sete empresários chegaram na segunda-feira e pretendem investir em áreas como as tecnologias de informação, medicina, construção civil e turismo. "Regressamos com a convicção de que voltaremos, que coisas irão acontecer", disse o porta-voz do grupo, Francisco Marques, em declarações aos jornalistas.
 
Dos contactos que fez, disse, o grupo confirmou a "perceção que já tinha da potencialidade de investimentos" da Guiné-Bissau, e está convicto de que "o mercado inspira confiança, o que é essencial para qualquer investidor".
 
"Saio daqui com plena convicção de que o mercado é como qualquer outro e que os investidores podem vir à Guiné-Bissau e ter confiança na Guiné-Bissau", disse Francisco Marques, acrescentando que o grupo vai agora "amadurecer ideias", e garantindo que em breve estarão de novo no país.
 
Questionado sobre como se pode ter confiança num país que num ano teve um golpe de Estado e mais duas tentativas de golpe de Estado (segundo as autoridades políticas), Francisco Marques considerou que se trata de "questões momentâneas", que o país "tem todas as potencialidades" e que o olhar dos empresários "é numa perspetiva de médio e longo prazo".
 
Dos sete empresários seis nunca tinham estado na Guiné-Bissau.
 
FP //JMR.
 
Religiosos propõem "novo contrato social" para a Guiné-Bissau
 
16 de Novembro de 2012, 21:02
 
Bissau, 16 nov (Lusa) - Religiosos da Guiné-Bissau e a associação "Voz di Paz" propuseram hoje em Bissau um "novo contrato social", aproveitando o período de transição política para tirar definitivamente o país da instabilidade e pobreza.
 
Numa cerimónia em Bissau que juntou cerca de duas centenas de pessoas, incluindo o Presidente de transição, os subscritores da iniciativa lembraram que o país já conheceu diversas transições entre golpes de Estado e que as mesmas de nada serviram.
 
Por isso, sugeriram um amplo movimento de diálogo que envolva a população, os políticos e os militares e que termine com um referendo, mesmo que tenha de ser necessário alargar o período de transição, previsto para um ano após o golpe de Estado de abril passado.
 
O pontapé de saída para o início da iniciativa foi a leitura de um apelo feito pelo bispo auxiliar de Bissau, Dom José Lampra Cá, que pediu a todos os guineenses para que participem "num amplo diálogo nacional, destinado a construir um consenso para um novo contrato social", que leve às reformas necessárias e à estabilização durável do país.
 
Antes, o bispo falou da "instabilidade crónica" da Guiné-Bissau, da violência, das "deficiências da governação ao longo de muitos anos", do "contínuo enfraquecimento do Estado", da falta de diálogo construtivo, da "tendência à degradação das relações na sociedade guineense", e de uma transição em curso "num contexto tenso" e "pleno de bloqueios".
 
Fafali Koudawo, da associação "Voz di Paz", explicou aos presentes, entre cidadãos anónimos, políticos e militares, que na Guiné-Bissau se perdeu "o sentido do bem comum" e que "só quem não quiser ver não vê" que o país está "numa situação de impasse" depois do golpe de Estado de 12 de abril passado.
 
O responsável lembrou depois que já se viveram períodos de transição como o atual, como entre 1991 e 1994, ou como em 1999, ou como em 2003. Esses períodos poderiam ter servido para "construir as bases de um Estado renovado" mas "não foi o caso", disse.
 
"Vamos levar pela frente uma transição como as outras? Se gostamos do país, de nós, das nossas crianças, devemos desta vez fazer outra coisa", disse Fafali Koudawo, que propõe um processo que comece por perguntar a todo o povo o que deseja para a Guiné e depois como chegar a esse país desejado.
 
"Provavelmente chegaremos a um pacote de reformas políticas, tocando a Constituição, a Lei Eleitoral, a Lei-quadro dos Partidos", mas também "outras reformas do Estado e também do setor de segurança e defesa", que será depois legitimado através de um referendo, explicou o responsável.
 
Fafali Koudawo alertou que o processo implicará também "novos arranjos políticos" e um debate que "faça emergir um novo figurino executivo, com um período de tempo fixado pelos políticos".
 
A proposta não teve comentários da assistência mas o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, louvou a iniciativa, lembrando que a Guiné-Bissau "já ensaiou várias tentativas de reencontro da família guineense".
 
"Nunca é demais tentar outra vez, sobretudo neste momento em que todos os guineenses são interpelados a refletir, e fazer um ponto final nesta cadeia de instabilidade. Acredito que com a vontade de todos podemos trilhar novos caminhos", disse Serifo Nhamadjo aos jornalistas.
 
FP //JMR.
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana