sábado, 17 de novembro de 2012

ISRAEL BOMBARDEIA EDIFÍCIOS DO HAMAS E PREPARA-SE PARA ATAQUE TERRESTRE

 


Maria João Guimarães, Agências - Público
 
Israel bombardeou na noite passada edifícios governamentais do Hamas na Faixa de Gaza e está a mobilizar milhares de reservistas para um possível ataque terrestre ao território.
 
De acordo com o Hamas, o movimento palestiniano que controla a região, aviões israelitas bombardearam o edifício do primeiro-ministro Ismail Haniyeh, que na sexta-feira tinha ali se reunido com o primeiro-ministro egípcio. As bombas também atingiram instalações policiais.

Hoje, foi a vez do ministro tunisino dos Negócios Estrangeiros ter visitado Gaza e pedido a Israel para "parar a agressão". Rafik Abdesslem disse que "Israel tem de perceber que não está acima da lei internacional".

O vice-ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Danny Ayalon, disse à CNN que uma invasão poderia acontecer antes do final do fim-de-semana: "Não queremos entrar em Gaza a não ser que tenhamos de o fazer. Mas se continuarem a disparar contra nós... uma operação terrestre é uma opção", disse à estação de televisão norte-americana. "Se virmos que nas próximas 24 a 36 horas há mais rockets lançados contra nós, penso que esse seria o que provocaria a operação".

O ministro da Defesa, Ehud Barak, afirmou pelo seu lado que Israel está "determinado" a cumprir o objectivo da operação - destruir o arsenal de rockets dos palestinianos de Gaza (embora o facto de terem sido atingidos também locais ligados à liderança do Hamas possam indiciar um objectivo de atingir também o movimento).

75 mil reservistas
 
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reuniu-se durante quatro horas na sexta-feira, em Telavive, com os seus principais ministros, para avaliar o alargamento da campanha militar. Neste encontro terá sido decidido aumentar para 75.000 o número de reservistas que poderão ser convocados para um possível ataque terrestre em Gaza.

Entre outros sinais de uma possível invasão, Israel interditou ao tráfego civil as estradas em direcção a Gaza ou que contornam o território. Tanques e armas pesadas foram vistos junto à fronte com o território palestiniano e cerca de 16.000 reservistas foram já mobilizados e estão na activa.

Na operação de 2008-2009, depois de 1400 mortos palestinianos e 13 israelitas, o objectivo de parar o disparo de rockets (na altura uns bem menos perigosos tanto em alcance como em carga explosiva) não foi atingido, e quando não havia acordos de cessar-fogo os combatentes de Gaza continuaram a lançar projécteis em direcção ao Sul de Israel.

38 palestinianos e 3 israelitas mortos

Segundo as autoridades em Gaza, nestes dias do início da operação israelita actual morreram 38 palestinianos. Metade eram civis, incluindo oito crianças e uma mulher grávida.

Os palestinianos de Gaza aumentaram os disparos de rockets em resposta aos ataques israelitas. Alguns rockets chegaram mesmo a atingir Jerusalém e Telavive, sem vítimas. Três civis israelitas morreram na quinta-feira, no Sul, vítimas de um rocket de menor alcance.

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