TSF
Em 2012 já foram
abatidos 2.803 cavalos, quatro vezes mais do ano passado. Não se sabe quantos,
mas crise também já levou criadores a matar animais da cara raça puro sangue
lusitano.
É uma das raças de
cavalos mais famosa do mundo, mas até o cavalo puro sangue lusitano está a ser
vítima da crise. Por norma, um animal destes custa caro, mas a Associação
Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano confirma à TSF que já há
muitos animais destes a ir para o matadouro.
O presidente, Luís
Vinhas, sublinha que quem os manda abater não o faz de «animo leve, mas a
alternativa é pior, ou seja, mantê-los e não lhes dar de comer. Neste momento,
há uma série de criadores que por causa da crise e porque não os conseguem
escoar preferem fazer uma selecção e mandar abater alguns dos animais».
Luís Vinhas
acrescenta que abater um cavalo é um desgosto, mas com a crise é preciso fazer
escolhas e abrir mão daqueles que não têm comprador. O problema, refere, é o
que fazer com os «cavalos relativamente normais que não são uma espécie de
Cristiano Ronaldo».
Um cavalo puro
sangue lusitano é, por norma, muito caro, mas quando vai para o matadouro o
preço cai drasticamente.
O presidente da
associação de criadores sublinha que «um cavalo vale pela sua capacidade de ser
montado, pelo prazer que proporciona e habilidades que consegue fazer. Se é
para ser vendido ao quilo, é muito mais barato, não é negócio... É como se
fosse uma vaca... Um cavalo em condições normais vale muito mais do que a carne
que lá está».
Para preservar os
genes dos seus animais, muitos criadores fazem questão que o cavalo, vendido a
um preço muito mais baixo do que o normal, acaba mesmo no talho e não nas mãos
de quem o quer montar ou revender.
Os números enviados
à TSF pelo Ministério da Agricultura revelam que até ao inicio de Dezembro
foram abatidos 2.803 cavalos, quatro vezes mais do que no ano passado (um
aumento de 312%). Não se sabe quantos destes animais são da raça puro sangue
lusitano.
O presidente da
Associação de Produtores de Leite e Carne está convencido que muitos destes
cavalos são puro sangue lusitano e conta que vários são levados para matadouros
do Norte.
José Campos
Oliveira sublinha que a situação está muito complicada para os criadores: «nao
conseguem vender os cavalos, os custos de alimentação são bastante elevados e a
única via que vêem é abater animais porque há coudelarias com centenas de
animais».
Muita desta carne
de cavalo é exportada, mas outra é vendida em talhos nacionais onde as vendas
não param de aumentar.
À TSF, Jacinto
Bento, presidente da Associação dos Comerciantes de Carne, admite que há cada
vez mais procura e venda de carne de cavalo, sobretudo na zona de Lisboa, e a
origem da carne, mais barata que a vaca, é toda portuguesa.
1 comentário:
Há pelo menos 2 cavalos q já deviam ter sido abatidos há muito tempo!...
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