MYB – HB - Lusa
São Tomé, 03 nov
(Lusa) -- As negociações entre a oposição e a maioria governamental com vista a
ultrapassar a crise política em
São Tomé e Príncipe estão num impasse, disse um dirigente do
partido no poder no arquipélago.
Uma ata das
reuniões mantidas entre Ação Democrática Independente (ADI, partido no poder) e
oposição desde sexta-feira, distribuída hoje aos jornalistas, cita Agostinho
Fernandes, chefe da equipa negocial da maioria, dizendo que constituiu uma
surpresa o facto de os partidos da oposição terem declarado que a moção de
censura era um facto consumado, aguardando apenas a sua efetivação.
Segundo Agostinho
Fernandes, citado na mesma ata, a ADI, que suporta o Governo alvo de uma moção
de censura na semana passada na Assembleia Nacional, manifesta
"indisponibilidade para negociar quaisquer ações posteriores" por
considerar que já "não faz qualquer sentido".
Na sexta-feira à
noite o Presidente de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, reuniu os
partidos políticos com assento parlamentar no palácio presidencial mas a ronda
negocial foi inconclusiva e prosseguiu no sábado e domingo no hotel Miramar, na
capital são-tomense, também sem resultados.
Ainda segundo a
mesma ata, Alcino Pinto, vice-presidente do Movimento de Libertação de São Tomé
e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD, principal partido de
oposição), entende que "a moção de censura é uma questão
inabordável", por considerar que a mesma "foi aprovada pelos
deputados reunidos em sessão plenária da Assembleia Nacional, órgão de
soberania em observância dos princípios constitucionais e regimentais".
Para o responsável
do MLSTP-PSD, "não cabe aos partidos políticos alterar uma deliberação
soberana de um órgão de soberania, independentemente desses partidos terem os
seus representantes naquele órgão".
Apesar do impasse,
a ADI reitera, pela voz de Agostinho Fernandes "a sua
disponibilidade" para regressar à mesa das negociações desde que haja
"evolução da posição dos partidos da oposição quanto à moção de
censura".
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