segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Negociações para ultrapassar crise política em São Tomé e Príncipe caem no impasse

 
 
MYB – HB - Lusa
 
São Tomé, 03 nov (Lusa) -- As negociações entre a oposição e a maioria governamental com vista a ultrapassar a crise política em São Tomé e Príncipe estão num impasse, disse um dirigente do partido no poder no arquipélago.
 
Uma ata das reuniões mantidas entre Ação Democrática Independente (ADI, partido no poder) e oposição desde sexta-feira, distribuída hoje aos jornalistas, cita Agostinho Fernandes, chefe da equipa negocial da maioria, dizendo que constituiu uma surpresa o facto de os partidos da oposição terem declarado que a moção de censura era um facto consumado, aguardando apenas a sua efetivação.
 
Segundo Agostinho Fernandes, citado na mesma ata, a ADI, que suporta o Governo alvo de uma moção de censura na semana passada na Assembleia Nacional, manifesta "indisponibilidade para negociar quaisquer ações posteriores" por considerar que já "não faz qualquer sentido".
 
Na sexta-feira à noite o Presidente de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, reuniu os partidos políticos com assento parlamentar no palácio presidencial mas a ronda negocial foi inconclusiva e prosseguiu no sábado e domingo no hotel Miramar, na capital são-tomense, também sem resultados.
 
Ainda segundo a mesma ata, Alcino Pinto, vice-presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD, principal partido de oposição), entende que "a moção de censura é uma questão inabordável", por considerar que a mesma "foi aprovada pelos deputados reunidos em sessão plenária da Assembleia Nacional, órgão de soberania em observância dos princípios constitucionais e regimentais".
 
Para o responsável do MLSTP-PSD, "não cabe aos partidos políticos alterar uma deliberação soberana de um órgão de soberania, independentemente desses partidos terem os seus representantes naquele órgão".
 
Apesar do impasse, a ADI reitera, pela voz de Agostinho Fernandes "a sua disponibilidade" para regressar à mesa das negociações desde que haja "evolução da posição dos partidos da oposição quanto à moção de censura".
 

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