Jornal i - Lusa
O antigo Presidente
da República, Mário Soares, alertou hoje o primeiro-ministro que corre
"imensos riscos" se continuar a ignorar o povo, "desesperado e,
em grande parte, na miséria", questionando-se ainda se Portugal não está
já pior que a Grécia.
"Já não se
lembra que, quando era líder do jotas do PSD, gritava com os outros: 'O povo é
quem mais ordena'? Agora, obviamente, não é. O povo não existe para o
primeiro-ministro e para o seu Governo. Tenha, pois, cuidado com o que lhe
possa acontecer. Com o povo desesperado e, em grande parte, na miséria corre
imensos riscos. É preciso e indispensável mudar de política", declarou
Soares.
Num artigo de
opinião publicado hoje no Diário de Notícias, o antigo Presidente da República
afirma também que o primeiro-ministro "tem Portugal inteiro contra
ele", que "tudo vai de mal a pior" com esta política e com a
"intervenção permanente do ministro das Finanças", e questiona-se se
o país não está já pior do que a Grécia, lembrando que, há um ano, o atual
Governo frisava as diferenças entre os dois países.
Sobre a
possibilidade de copagamentos no ensino secundário -- ideia saída de uma
entrevista do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, à TVI e desmentida pelo
próprio dias depois --, Mário Soares diz que "só pode ter sentido vinda de
algum incapaz e sem qualquer critério ou sentido de responsabilidade".
Mário Soares diz
ainda que Passos Coelho foi "desautorizado pelo ministro da
Educação", mas que "isso parece não ter importância para o atual
Governo".
Nota informativa
PG:
Está em curso uma
petição online que se associa à Carta Aberta dirigida a Passos Coelho, assinada
por cerca de 80 figuras portuguesas relevantes – de que Mário Soares é o
primeiro signatário. Agora qualquer cidadão português pode associar-se à
solicitação a Passos de que mude de políticas ou que se demita.
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