SK (MSE) HB - Lusa
Redação, 31 dez
(Lusa) - O chefe da missão da ONU em Timor-Leste mostrou-se hoje confiante no
futuro da jovem nação e sublinha a "determinação inabalável" dos
timorenses para superar desafios, no dia em que a organização termina o seu
trabalho no país.
As Nações Unidas
terminam hoje a última missão em Timor-Leste, 13 anos depois de terem chegado
para a consulta popular que levou o ex-território português à independência.
Entre 1999 e 2012
passaram por Timor-Leste cinco missões das Nações Unidas, quatro das quais para
a manutenção da paz. A Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste
(UNMIT) foi estabelecida em 2006 na sequência da grave crise política e militar
que provocou dezenas de mortos, milhares de desalojados e a implosão da polícia
nacional.
"O povo
timorense e os seus líderes demonstraram coragem e uma determinação inabalável
para superar os grandes desafios. Embora exista ainda muito trabalho pela
frente, este é um momento histórico em que os progressos alcançados devem ser
reconhecidos", refere o atual e último responsável da UNMIT, Finn
Reske-Nielsen, em comunicado.
A partida dos quase
dois mil funcionários internacionais da ONU aconteceu ao longo das últimas
semanas e apenas uma reduzida equipa, que será chefiada por este diplomata
dinamarquês, permanecerá "até março de 2013" em Díli para tratar dos
últimos detalhes, precisa a mesma nota.
Reske-Nielsen, que
também é representante do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lembra que,
quando chegou a Timor-Leste em 1999, encontrou um "país devastado pela
luta e agitação política", uma nação "abalada pelo sofrimento e
deslocação".
"Foi um
privilégio ter acompanhado o caminho de Timor-Leste para sair daqueles tempos
difíceis, rumo à paz, estabilidade e a um futuro mais brilhante, mais
seguro", aponta.
O representante do
secretário-geral da ONU no país vincou, contudo, que o fim da missão da UNAMIT
não marca o fim da parceria entre Timor-Leste e as Nações Unidas.
"Numa altura
em que os [últimos] soldados da paz partem, aguardamos com expectativa uma nova
fase neste relacionamento, com o enfoque virado para o desenvolvimento
socioeconómico", precisou.
No final de
outubro, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e Finn Reske-Nielsen
puseram fim às operações da missão de manutenção de paz em Timor-Leste, quando
as responsabilidades de comando e controlo das operações policiais já tinham
sido transferidas para a Polícia Nacional de Timor-Leste.
O fim da presença
internacional é justificado por Xanana Gusmão com a capacidade que as forças de
defesa e de segurança timorenses adquiriram nos últimos anos.
Apesar de o
ex-Presidente José Ramos-Horta ver com "alguma apreensão" o fim das
missões internacionais, preferindo mantê-las durante mais um ou dois anos, o
Conselho de Segurança da ONU retirou Timor-Leste da sua agenda e elogiou as
"notáveis conquistas" na última década.
Durante o mandato
das Nações Unidas, foram realizadas as eleições legislativas e presidenciais em
2007 e 2012. A forma como decorreram os escrutínios deste ano, considerados
livres, justos e transparentes pela comunidade internacional, foram
determinantes para o Conselho de Segurança da ONU decretar o fim da missão.
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