sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

BE e PCP insistem que Franquelim não tem condições éticas para exercer funções públicas




ATF – PGF - Lusa

O BE e o PCP voltaram hoje a exigir a demissão de Franquelim Alves do cargo de secretário de Estado, defendendo que o seu passado como administrador do BPN não garante condições éticas para exercer cargos públicos.

"Eu peço imensa desculpa, mas isto não é uma perseguição pessoal, o que o BE tem dito é que é necessário ter condições de idoneidade e de comportamento ético para o desempenho de funções governativas, que o Governo não compreenda que esta seriedade é essencial ao desempenho de funções governativas é que é muitíssimo preocupante", afirmou a bloquista Ana Drago.

A deputada do BE, que falava aos jornalistas no Parlamento, considerou que "perante todos os dados disponíveis" e "pelo adiar sucessivamente de esclarecimentos em relação ao buraco do BPN", Franquelim Alves "não tem condições políticas de idoneidade e de ética republicana para desempenhar funções".

"Que o senhor ministro da Economia não consiga compreender que tem de haver patamares de exigência nesse desempenho de cargos políticos é que nos leva também a entender que o senhor ministro da Economia não sabe o que é governar um país num momento tão difícil como o que os portugueses atravessam", criticou Ana Drago.

Também o deputado comunista Honório Novo insistiu nas críticas à nomeação de Franquelim Alves como secretário de Estado e acusou-o de não ter comunicado ao Banco de Portugal (BdP) "falcatruas" de centenas de milhões de euros enquanto foi administrador do BPN, mostrando um documento interno do banco de 2008.

"O que o doutor Franquelim Alves se esqueceu de dizer é que neste documento do estado da Nação, um documento que faz parte do espólio da comissão de inquérito ao BPN, estão inventariados prejuízos de 500 milhões de euros com as contas de investimento e de 585 milhões de euros com o Banco Insular, resultantes de falcatrua, de irregularidades, de ilegalidades e de fraude", afirmou.

Honório Novo frisou que Franquelim Alves "era obrigado por funções que exercia a comunicar ao BdP no minuto seguinte" e que essa "é a primeira obrigação de um administrador financeiro perante o BdP".

"Não o fazendo, quebrou com um elemento central das suas obrigações deontológicas, éticas e de idoneidade, é somente isto que está em jogo, não está em jogo nenhum critério de competência, não está em jogo nenhum critério de acusação ao doutor Franquelim Alves por ser responsável por isto", sustentou.

"O doutor Franquelim Alves pode dizer tudo o que disser, o doutor Álvaro Santos Pereira pode dizer tudo o que disser, o doutor Miguel Relvas pode dizer tudo o que disser, o doutor Passos Coelho pode dizer tudo o que disser, mas o doutor Franquelim Alves não tem condições de idoneidade, nem de seriedade, nem de cumprimento de obrigações, que o aconselhem para o exercício de um cargo político", concluiu.

Numa entrevista à RTP1, na quinta-feira à noite, o novo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Franquelim Alves, garantiu que no currículo que entregou ao Governo constava a sua passagem pelo grupo SLN, que foi dono do BPN.

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