ATF – PGF - Lusa
O BE e o PCP
voltaram hoje a exigir a demissão de Franquelim Alves do cargo de secretário de
Estado, defendendo que o seu passado como administrador do BPN não garante
condições éticas para exercer cargos públicos.
"Eu peço
imensa desculpa, mas isto não é uma perseguição pessoal, o que o BE tem dito é
que é necessário ter condições de idoneidade e de comportamento ético para o
desempenho de funções governativas, que o Governo não compreenda que esta
seriedade é essencial ao desempenho de funções governativas é que é muitíssimo
preocupante", afirmou a bloquista Ana Drago.
A deputada do BE,
que falava aos jornalistas no Parlamento, considerou que "perante todos os
dados disponíveis" e "pelo adiar sucessivamente de esclarecimentos em
relação ao buraco do BPN", Franquelim Alves "não tem condições
políticas de idoneidade e de ética republicana para desempenhar funções".
"Que o senhor
ministro da Economia não consiga compreender que tem de haver patamares de
exigência nesse desempenho de cargos políticos é que nos leva também a entender
que o senhor ministro da Economia não sabe o que é governar um país num momento
tão difícil como o que os portugueses atravessam", criticou Ana Drago.
Também o deputado
comunista Honório Novo insistiu nas críticas à nomeação de Franquelim Alves
como secretário de Estado e acusou-o de não ter comunicado ao Banco de Portugal
(BdP) "falcatruas" de centenas de milhões de euros enquanto foi
administrador do BPN, mostrando um documento interno do banco de 2008.
"O que o
doutor Franquelim Alves se esqueceu de dizer é que neste documento do estado da
Nação, um documento que faz parte do espólio da comissão de inquérito ao BPN,
estão inventariados prejuízos de 500 milhões de euros com as contas de
investimento e de 585 milhões de euros com o Banco Insular, resultantes de
falcatrua, de irregularidades, de ilegalidades e de fraude", afirmou.
Honório Novo frisou
que Franquelim Alves "era obrigado por funções que exercia a comunicar ao
BdP no minuto seguinte" e que essa "é a primeira obrigação de um
administrador financeiro perante o BdP".
"Não o
fazendo, quebrou com um elemento central das suas obrigações deontológicas,
éticas e de idoneidade, é somente isto que está em jogo, não está em jogo
nenhum critério de competência, não está em jogo nenhum critério de acusação ao
doutor Franquelim Alves por ser responsável por isto", sustentou.
"O doutor
Franquelim Alves pode dizer tudo o que disser, o doutor Álvaro Santos Pereira
pode dizer tudo o que disser, o doutor Miguel Relvas pode dizer tudo o que
disser, o doutor Passos Coelho pode dizer tudo o que disser, mas o doutor
Franquelim Alves não tem condições de idoneidade, nem de seriedade, nem de
cumprimento de obrigações, que o aconselhem para o exercício de um cargo
político", concluiu.
Numa entrevista à
RTP1, na quinta-feira à noite, o novo secretário de Estado do Empreendedorismo,
Competitividade e Inovação, Franquelim Alves, garantiu que no currículo que
entregou ao Governo constava a sua passagem pelo grupo SLN, que foi dono do
BPN.
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